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Os Conselhos de Classe no meio Escolar
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  São momentos coletivos de reflexão avaliativa sobre o desempenho escolar, traçando metodologias para sanar as dificuldades socioculturais dos jovens estudantes. Eles acontecem ao fim de cada trimestre.
Observando e participando dos conselhos de classes, percebi que eram cansativos, porque, na verdade, nós professores, decidimos os destinos dos alunos em minutos, sem análise de cada caso. A segunda coisa era a manutenção de uma ficção de alunos ideais. De certa forma, por estarmos numa sociedade democrática, considerávamos que todos os alunos tinham os mesmos valores, que eles eram iguais.
Ao mesmo tempo, percebíamos que eles tinham obviamente performances desiguais, não levávamos em conta suas subjetividades sociais, culturais e econômicas. Centralizávamos o fracasso escolar nos alunos. Os métodos, o currículo, o sistema que sempre cobrava um preço alto em um mundo desigual e meritocrático.
Durante muitos anos, foi uma prática comum na atividade docente tratar o aluno como se seu cérebro fosse um vazio, apto para ser preenchido com informações que ali se estocariam (educação bancária, Freire) e minimizando ao máximo a importância das informações que esse mesmo aluno tinha a respeito da vida, de seus amigos, de suas emoções, das experiências que vivenciava, das notícias que assimilava. Hoje, sabemos que essa atitude conduzia o aluno apenas a uma aprendizagem mecânica, repetitiva, raramente com atribuições de sentidos e, portanto, facilmente esquecida.
  Durante os conselhos, os alunos eram classificados de acordo com o desempenho escolar.
 
"É essencial que todo professor, não importa o conteúdo que ensine, saiba que seus alunos possuem “um corpo”, e que nele explodem a cada momento múltiplo “emoções” e vivem dentro de um “mundo material e social”, elementos que precisam figurar como ícones do que se ensina de novo, dos conteúdos específicos que se busca fazê-los aprender". (ANTUNES, 2002, p.39-40).
 
 



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