Fala, Mestre - Maria Alice Setubal diz: "A qualidade da Educação é proporcional à qualificação dos professores":
- Você concorda que os docentes devem estar no centro das políticas educacionais?
- O que tem a dizer sobre a importância de criar um piso salarial nacional para os professores?
- A Maria Alice defende que a progressão continuada é uma boa estratégia para garantir a aprendizagem dos estudantes. Você concorda ou discorda?
Com todas as dificuldades que os profissionais de educação no Brasil enfrentam para exercer dignamente sua profissão, podemos ver claramente que os docentes não estão no centro das políticas educacionais, o que é uma pena, pois é fato comprovado que nos países onde a educação é priorizada, onde as políticas educacionais recebem todos os incentivos governamentais e privados, há grande crescimento nas esferas econômicas e sociais. Nestas nações há menores taxas de analfabetismo, menos desemprego, menos violência, a população tem maior e melhor acesso à moradia, alimentação, lazer, etc. E tudo isto tem relação direta com a importância dada à educação de base, à formação e qualificação dos docentes, à modernização das escolas, tanto no aspecto físico quanto tecnológico, à valorização salarial dos professores, que devem estar, sim, no centro das políticas educacionais brasileiras.
Um piso salarial nacional para os professores seria interessante, desde que analisadas todas as possibilidades, uma vez que o Brasil é um país com grande desigualdade econômica entre os estados, com enormes diferenças na arrecadação dos impostos, o que geraria transtornos para os governantes. E há professores de vários níveis, aqueles que têm formação apenas para lecionar na educação infanrtil, aqueles com formação específica e outros com mestrados e doutorados, que passaram mais anos se preparando para a vida acadêmica. Desta forma, apesar de ser favorável a um piso nacional que valorize mais a capacidade do docente, ainda há muitos pontos a serem debatidos para se chegar a um consenso.
A forma como é conduzido o regime de progressão continuada, recomendado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei 9.394, de 1986) não terá a unanimidade nem a aprovação da maioria dos profissionais envolvidos com a educação enquanto houver entraves na própria formulação da Lei, entraves que impedem a sua aceitação por grande parte dos docente do Brasil. E tais entraves ou falhas todos sabem bem quais são, depois de tantos debates e tantas críticas acerca da progressão continuada. Tudo o que é pensado, criado e implantado em prol da educação dever ser sempre aplaudido e apoiado de todas as formas, desde que receba a aprovação dos educadores e da população, desde que traga benefícios efetivos e comprovados.
Remisson Aniceto
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