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Resenha - Espaço e Romance - Antonio Dimas
(Antonio Dimas)

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Fichamento - “Espaço e Romance” - Antônio DimasNeste primeiro trecho do livro, Tocaias no texto, Dimas expõe as questões implícitas nos textos de literatura, e a facilidade com a qual o leitor tende em lidar com aquilo. É posto que essa variação é dada pela qualidade, de que o autor dispunha em “disseminá-las” no decorrer do texto. Para Dimas, a questão do espaço em um texto pode “alcançar um estatuto tão importante quanto dos outros elementos na narrativa”, e, que esse estatuto, é de responsabilidade/necessidade do leitor reconhecê-lo.Para o autor, a questão do espaço não tem uma certa receptividade sistemática, como assinala Dimas, na questão da crítica literária, como exposto na parte intitulada como O verismo fotográfico. Ele critica, nesta parte de seu texto, o modo com que o espaço é tratado, e exemplifica com um trabalho realizado por Campos Matos, Imagens de Portugal queirosiano, em que Campos Matos reúne fotos de lugares e as remete com textos de Eça de Queiros, comprovando, assim, sua verossimilhança. Para Antônio Dimas, esse trabalho nada ou quase nada tem com relação aos estudos literarários, ao menos se for para formar um “subsídio longínquo”, para um mero suporte ilustrativo.Em A obsessão geográfica, o autor coloca algumas obras que foram feitas com o intuito de mostrar os locais relatados em textos de Proust, com André Ferré, em Geographie de Marcel Proust, em que o autor busca as cenas relatadas por Proust em seu livro Em busca do tempo perdido, e, ainda, Miécio Táti, com a obra O mundo de Machado de Assis, em que Táti expõe a ambientação colocada por Machado de Assis no Rio no século XIX em “prova”. Para Dimas, esses textos chegam um pouco mais perto do que ele critica em relação da ausência de serventia para a teoria literária, aproximando-se mais, expondo as caracterizações do espaço e em que medida o autor usou essas “fontes”.O próximo ponto a ser tocado por Dimas, está a relação que ele faz entre uma análise de uma questão levantada por um ensaio de Antonio Candido, Degradação do Espaço. Nesse texto, Dimas mostra a “coreleção funcional de ambientes”, em que é salientado as “diversas modalidades de ambiente” chamando a atenção para uma relação direta entre a “degradação do estilo” contraposta à “degradação do espaço”, segundo Candido.Novamente Dimas apoia-se em Candido para finalizar sua questão, expondo que “apesar da forte adesão do rpmance brasileiro ao espaço, seja urbano, seja rural ou selvático, a nossa crítica pouca atenção tem dedicado ao assunto, preferindo deter-se ora nas formas narrativas, ora em seus temas.” Dimas continua criticando a questão da desimportância dada ao espaço, chegando a colocá-lo como um “ponto de irrelevância crítica” para a teoria, tal a importância dada para a pesquisa nesse âmbito literário.Na segunda parte de seu texto, Dimas cita um texto de Osman Lins, Lima Barreto e o espaço romanesco, pondo em discussão a importância dada por este autor ao fazer um estudo introdutório sobre o tema. Para Dimas, “não se deve confundir espaço com ambientação, […] exige-se do leitor perspicácia e familiaridade com a literatura para que o espaço puro e simples seja entrevisto em um quadro de significados mais complexos, participantes estes da ambientação.” Lins, como mostra Dimas, expõe em seu ensaio, tr?s tipos diferentes de ambientação, a franca, “que se distingue pelo introdução pura e simples do narrador”, a reflexa, “aquela em que as coisas, sem engano possível, são percebidas através da personagem” e, por fim, a reflexa, que “é a forma de se evitarem as pausas descritivas, que favorecem o vazio, comprometendo o ritmo narrativo. Para Dimas os dois primeiros tipos de ambientação “exigem o privilégio da atenção do narrador que, provisoriamente, suspende o relato da continuidade da ação.”Ainda em bases da metodologia sugerida por Lins, podemos observar, segundo Dimas, a “ambientação dissimulada ou oblíqua, que é a mais difícil de se perceber”, uma vez que exige a “pesonagem ativa”, ou seja, é necessário que se crie uma “harmonização altamente satisfatória 'entre o espaço e a ação”, de acordo com Lins.A seguir o autor, na terceira parte de seu texto, Dimas traz à discussão um teórico formalista russo, Tomachévski, que apresenta, em 1925, a obra Teoria da Literatura, na qual está presente várias designações terminológicas e classificatórias. Após dar uma certa atenção para duas dessas descrições, fábula e trama. Dimas discute a relação de motivos livres e motivos associados, vinculados à noção desses últimos citados. Ele explora essa questão de causa e efeito dentro da narração, do romance. E que, “no geral, o lado mais vulnerável da descrição, e que a crítica não se furta de explorar, é a sua forte tendência para para o detalhismo. […]A crítica, também reconhece uma outra possibilidade funcional na descrição que não apenas a que se presta para exaltar ou condenar um espaço ou ajudar na elaboração externa/interna dapassagem.”Usando Lukács, Dimas procura explorar a “necessidade” o tema da “representação da casualidade”. Com isso, Dimas alerta que, “apesar da restrição formal de Lukács – imagens estáticas de naturezas mortas, que só materialmente se ligam entre elas: dispõe-se, segundo a lógica interna de cada uma, umas ao lado das outras, e não uma depois da outras, e muito menos, umas derivadas das outras – é preciso estrar atento para não condenar a priori o processo descritivo, sem antes avaliar seu significado no interior de um texto ficcional.”



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