Fases da Reabilitação Cardiaca III
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Subfase de mobilização
A subfase de mobilização inicia-se no período de 4 a 10 dias subseqüente à subfase aguda, e geralmente ocorre já na enfermaria da unidade hospitalar. Os objetivos da fisioterapia são assegurar que o paciente sege funcional no nível desejado de atividades da vida diária e que esteja informado quanto ao inicio da 2ª fase de Reabilitação cardíaca ou que prossiga a sua reabilitação de forma autônoma, o que significa que este consiga lidar com a sua doença cardíaca, tenha conhecimentos acerca da sua condição, intervenção a que foi sujeito e fatores de risco e, além disso, consiga reagir adequadamente a qualquer sintomatologia que possa ocorrer (VOGELS, et al., 2003).
Quadro 1. Classificação funcional das atividades do paciente durante a fase de mobilização. Adaptado de Vogels e colaboradores (2003).
Fonte: EssFisiOnline, vol. 3, nº 3.
A atividade planejada para estes pacientes nesta fase é aeróbica e com aumento gradual de intensidade. De um modo geral, os exercícios devem ser inicialmente equivalentes a 1,5 MET’s, aumentando progressivamente para 3 MET’s e, ter uma duração aproximada de 15 minutos. A rotina fisioterápica nesta fase geralmente inclui a fisioterapia respiratória e a fisioterapia motora. Esta última inclui os exercícios ativos com membros superiores e inferiores e a deambulação de pequenos percursos (aproximadamente 10 metros). A cada dia deve-se aumentar o percurso, sendo que no sexto dia o paciente já deve ser instruído a subir e descer um lance de escadas. Geralmente no sétimo dia ele terá alta hospitalar.
Fase II – Fase de ambulatório
Esta fase compreende o período de 3 a 6 meses e objetiva a avaliação, o diagnóstico funcional, prescrição e treino de exercícios, educação para a saúde, sendo todos estes aspectos discutidos e implementados em parceria com a equipe multidisciplinar. É de vital importância estar ciente dos exames do paciente bem como da avaliação cardiológica para uma adequada prescrição. A avaliação é feita seguindo as áreas no quadro a seguir no qual há questões utilizadas pela equipe multidisciplinar para guiar a avaliação do paciente em 5 áreas específicas. Adaptado de Vogels e colaboradores (2003).
Quadro 2- Áreas de avaliação em reabilitação cardíaca.
Fonte: EssFisiOnline, vol. 3, nº 3.
A intervenção do fisioterapeuta incluirá após a avaliação o fornecimento de informação quanto a sua situação atual, o aconselhamento e educação, o desenvolvimento e implementação de programas de exercícios para os pacientes, bem como a instrução de estratégias de relaxamento.
Os exercícios prescritos devem ser de três tipos: aeróbicos, de fortalecimento muscular e de flexibilidade. Os exercícios aeróbicos são os que utilizam grandes grupos musculares, e elevam o consumo de oxigênio várias vezes acima do nível de repouso (1 MET). Os de fortalecimento objetivam o aumento de força dinâmica do músculo, aumentando o pico de desempenho no exercício, a resistência sub-máxima e a redução da taxa de percepção de esforço.
A constância dos exercícios pode ser de alta freqüência (5 vezes por semana) ou de baixa( 3 vezes por semana).
Quadro 3- Descrição das variáveis de treino face aos objetivos do mesmo. Adaptado de Vogels e colaboradores (2003).
Tabela 2 - Escala do esforço percebido de Borg
6 14
7 Muito, muito fácil 15 Cansativo
8 16
9 Muito fácil 17 Muito cansativo
10 18
11 Fácil 19 Muito, muito cansativo
12 20 Exaustivo
13 Ligeiramente cansativo
Segundo a American Heart Association e a American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation, o treino aeróbico deve ter uma freqüência de 3-5 vezes/semana, com intensidade de 50 a 80% da capacidade de exercício e duração de 30 a 60 minutos. Para o treino de fortalecimento, recomendam uma freqüência de 2-3 vezes/semana, com uma intensidade entre 8 a 15 URM (unidade de repetição máxima) e duração entre 20 a 30 minutos, o que equivale à realização de 1 a 3 séries de 6 a 10 exercícios de membros superiores e inferiores.
Quando o paciente atingir parcialmente os objetivos, e o mesmo pode continuar o seu processo de reabilitação deforma mais autônoma, o paciente deverá então ser integrado na Fase III da Reabilitação Cardíaca.
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