Um AMOR QUASE PERFEITO
(Sherry Thomas)
A história deste amor quase perfeito decorre em Londres, Julho de 1882, quando Gigi Rowland (Lady Tremaine) tinha 18 anos e tresandava a notas de libra. Porém, a exigente sociedade londrina onde pretendia penetrar custasse o que custasse, não lhe auspiciava grande futuro muito simplesmente porque as ditas notas de libra não lhe proporcionavam a distinção necessária para brilhar nos salões aristocráticos que ela tanto desejava ter a seus pés. Era, por isso, urgente reverter a situação. Contra todos os prognósticos, as notas de libra e o seu caráter arrojado falaram mesmo muito mais alto e ao fim de dois meses valsando pelas «arenas» da aristocracia estava noiva de um duque falido e aprestava-se para ostentar com pompa e circunstância o título de duquesa de Fairford. E como gostava do som do título! Sobretudo porque obrigava aquelas que a haviam criticado pela sua origem a reverenciá-la.
Com casamento marcado, vestido escolhido na mais elegante estilista das senhoras aristocráticas, bolo de noiva pensado, entretinha-se agora pelos salões já abertos de par em par saboreando a vitória e não se coibindo de narrar os seus métodos para chegar ali. É justamente numa dessas conversas que conhece Theodore von Schweppen, uma condessa de nascimento, bela, mas cujo título pouco significado tinha, pois não havia dote a sustentá-lo. Assim conseguir marido na nobreza não estava fácil. Por isso a jovem quis saber os segredos de Gigi para tamanho êxito. Quando perguntou como tinha ela conseguido encontrar tão adequado e galante duque, foi imediatamente esclarecida: simples, o «seu» duque precisava das notas de libra para pagar as dívidas e ela precisava de ser duquesa. Infelizmente, esta solução estava vedada à jovem Schweppenburg. Não tinha fortuna. Mas até conhecia um filho de lorde e até se amavam, só que a mamã não permitia a junção de tanta escassez. O nome dele era Saybrook e esta informação haveria de ser preciosa no futuro de Gigi porque, o noivo, entusiasmado com o facto de as notas de libra lhe irem mudarem a vida, decide festejar e sobe ao telhado da sua casa para, displicentemente, mostrar o rabo aos transeuntes. Azar! Cai, parte o pescoço e morre.
As Rowland (mãe e filha) ficam histéricas. Lá se fora o cambalacho. Lá se fora o título de duquesa. Mas a determinação da ex quase duquesa não verga a nenhuma contrariedade e depois de algumas técnicas de sedução vê-se correspondida pelo primo do ex-noivo na sua paixão. E quem é o novo amor com quem negociara o contrato de casamento? Nada mais, nada menos que o tal lorde pobrete por quem Theodore nutria a tal paixão inconcretizável dada a manifesta falta de fundos de ambas as partes. Gigi manobrara nas sombras e arquitetara o projeto de o ter como marido, mas o dito acabará por descobrir tudo na véspera do casamento e jura vingança. E é assim que se casam num dia e no seguinte o lorde acabadinho de desposar (ainda que o Cupido os tivesse feito apaixonar perdidamente sem esquemas) sai porta fora, abandonando-a sem qualquer explicação e só voltando ao fim de 10 anos com um objectivo: conceder -lhe o divórcio que ela pedira, mas só depois de conceberem um herdeiro, muito embora lhe anunciasse que ter de ir com ela para a cama para o efeito lhe causava enorme repulsa! nesses 10 anos de ausência, o lorde marido fizera fortuna colossal, estava-se nas tintas para as notas de libra, mas não conseguira esquecê-la... Essa era a verdade que só ele conhecia. Está bom de ver que, entre cenas de fúria, vingança, ciúmes, acabam por cair nos braços um do outro com as ajudas de mãe Rowland, que, entretanto, também ela vai ao altar dar o nó com um duque que reencontrara e que, com a mesma determinação da filha, resolveu que haveria de ser seu marido.
Se é apreciador de um romance bem construído em que a narrativa flui de forma engenhosa em ambientes tipo «menina dos rouxinóis», seguramente pode ser uma opção de leitura em alternativa aos deprimentes telejornais da desgraça e da dívida pública portuguesa.
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