Creio
(Natália Correia)
CREIO dito de dentro do coração por si já é um poema de entrega total, sem limites. Tem a força de um decreto de fé, fé em mim, nas minhas convicções serenas e harmónicas, que não conduzem a dúvidas, a tormentas existenciais, a filosofias de «porquê». Creio é muito além das coisas terrestres, daquilo que me envolve e vejo e toco da matéria. Chego ao outro lado do meu eu, encontro o meu espírito e sinto os anjos que andam pelo mundo, podendo ou não ter asas, a espalhar a harmonia. Sinto-os com o coração aberto ao amor que tantos e tantos e tantos espalham das formas imensas que não fazem notícia. Creio é uma proclamação da existência de outras dimensões além da minha, de outros mundos paralelos que cantam lendas de amores lunares, de fadas, de outras civilizações que existiram ou que existem, de um engenho mais fecundo que complemente aquilo que nos falta para harmonizar partes dissonantes entre a essência divina que há no homem/mulher e partes do ego que guerreia o céu (leia-se vida pacificada) que houve dantes, apelando-se para tal a um astral mais puro, sem religiões, sem falsos profetas ou gurus, que se projeta na flor humilde e nas emoções da nossa parte física que emociona o além e cuja diversidade é tão imensa, incontrolável e grandiosa na sua multiplicação de expressões, que proporciona coisas tão assombrosas como a ocupação do mundo pelas rosas... E só porque o amor tem asas de ouro.
Ámem.
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