Resumo de Descartes - aspectos biográficos

Descartes - aspectos biográficos
René Descartes nasceu a 31 de Março de 1596, em La Haye, na França.

De ascendência burguesa, quer pelo lado materno, quer pelo lado paterno, recebeu uma educaçao e instrução em conformidade com as suas origens sociais, económicas e culturais. O seu pai, Joachim Descartes, era advogado e conselheiro no parlamento regional da Bretanha; a sua mãe, Jeanne Brochard de la Coussaye, era filha de um alto magistrado de Pointiers e morreu em 1597, três dias após o nascimento do quinto filho. O seu pai, passados 3 anos, volta a casar e fixa-se na Bretanha. Descartes, por causa da morte prematura de sua mãe, foi viver para junto da sua avó materna em La Haye.

De acordo com a tradição familiar, Descartes deveria ser advogado e desempanhar um cargo público. Por isso foi enviado para um dos colégios mais importantes e de renome a época: o colégio jesuíta de La Flèche, para onde entrou em 1604 e de onde saiu com 17 anos. Aqui, aprendeu as humanidades, as ciências e a filosofia, mas seriam as matemáticas, que pela sua simplicidade, clareza, exactidão e rigor que mais o interessaram. Ali conheceu com o Padre Mersenne, que será mais tarde, quando se encontra retirado na Holanda, o seu elo de ligação com a comunidade culta de Paris.

Em 1616 recebe o grau de licenciado em Direito na Universidade de Pointiers. Estavam realizados os desígnios da família. Todavia, Descartes não pretendia dedicar-se à magistratura. Tendo recebido uma pequena herança qque lhe permitia viver com alguma autonomia económica, dedicou algum do seu tempo a viajar.

Entre 1618 e 1628 viajou pela França e por alguns países europeus. Em 1618 estava na Holanda, alistado no exército de Maurice Nassau, que em 1652 se tornará princípe do sacro Império. Aqui encontrou Isaac Beeckman, universitário holandês interessado na mecânica e geometrização dos fenómenos físicos. Deste encontro nasceu uma grande amizade que Descartes considerou muito importante, mormente para o desenvolvimento da sua obra, já que foi o sábio holandês que o levou a introduzir-se nos problemas da física e matemática da época. Será por ifluência daquele médico que descobrirá o "mecanicismo", doutrina que, mais tarde, Descartes definirá como "a explicação dos fenómenos físicos pela sua extensão indefinidamente divisível e das suas imagens e dos seus movimentos".

Em 1619 deixou a Holanda e partiu para a Alemanha, alistando-se no exército de Maximiliano, duque da Baviera. Foi nesta época, masi precisamente na noite de 10 para 11 de Novembro de 1619, que Descartes diz ter tido três sonhos que estão na origem "dos fundamentos de uam ciência admirável" e que o levariam, posteriormente, numa peregrinação a Nossa Senhora do Loreto, em Itália, por acreditar que esses sonhos foram uma inspiração divína, incumbindo-o de uma missão: reformular o saber humano.

Entre 1620 e 1622 resolve problemas da matemátiva e de óptica. Em 1622/23 regressa a França . DE Setembro de 1624 a Maio de 1625 viaja pela Itália. Entre 1625/27 fixa-se em Paris, onde vive uma vida algo mundana, chegando a bater-se em duelo, devido a uma aventura feminina. Fugirá da mundanice parisiense em 1627/28, refugiando-se na aldeia para se dedicar à elaboração das "Regras para a Direcção do Espírito".

Descartes matricula-se na universidade de Francker, em Frise, escrevendo nos registos: " Descartes, francês, filósofo"em 1629; e em 1630, na de Leyde em cujos registos de lê:" Descartes, Poitevin, matemático".

Até 1628 continuou as suas viagens. Após uma curta estada em Paris resolveu ir para a Holanda, onde encontrou, ao longo dos 20 anos que aí permaneceu, o espírito de tolerância e o anonimato que tanto prezava e que o obrigaram a mudar algumas vezes de residência. Descartes terá ficado conhecido na Holanda através das conferências que Régius, um dos seus discípulos, dava na Universidade e através do padre Mersenne. No entanto, as suas ideias não eram muto bem recebidas em nenhum dos países. Na Holanda, o sistema foi condenado e em Françatambém sofreu ataques por parted e alguns jesuítas e de doutores da Sorbonne. Desgastado com estas situações resolveu aceitar o convite da rainha Cristina da Suécia para lhe dar lições de filisofia, tendo partido para Estocolmo em 1649. Ali permaneceu até à sua morte em Fevereiro de 1650.
Escreveu cerca de 10 livros sendo os mais relevantes: Discurso do Método, Princípios da Filosofia e Meditações Metafísicas.

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