BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Cantando na Chuva
(Rodrigo Cunha)

Publicidade
Cantando na Chuva é conhecido por causa da seqüência em que Gene Kelly, sorridente, sapateia na rua em pleno temporal. A cena é tão famosa que, além de estar em milhares de especiais sobre a história do cinema, já foi satirizada por inúmeras propagandas televisivas. Mas, quem já assistiu a essa obra-prima, sabe que o filme é muito mais do que apenas essa cena.
Em sua trama, conhecemos a história de Don Lockwood, um famoso galã dos filmes mudos, e sua dificuldade na transição para os filmes falados. Don se apaixona por Kathy Selden (Debbie Reynolds), uma aspirante a atriz que lhe atrai por não dar bola ao seu charme e questionar seu talento. Com a ajuda de Cosmo Brown (Donald O’Connor), amigo e funcionário do mesmo estúdio, eles se aproximam e a amizade acaba em romance. Só que Lina Lamont (Jean Hagen), estrela dos filmes mudos apaixonada por Don, promete atrapalhar tudo quando percebe o interesse mútuo do casal, e usa a bela voz de Kathy para alavancar o seu sucesso, já que sua voz é péssima e não poderia ser aproveitada nos filmes falados.
O filme é um importante registro histórico da difícil transição do cinema mudo ao falado, vivido mais ou menos em 1927. A riqueza de informações que o roteiro insere à trama é genial: temos o problema óbvio com as vozes de alguns atores, dificuldades com a localização de certos microfones para a captação das vozes e ruídos; referências à atores falidos após a transição; o abuso de atores desconhecidos para dublar famosos; a limitação dos atores em seguir um roteiro e ainda a improvisação que funcionava em filmes mudos e que se tornou obsoleta nos falados.
Mostra um retrato de como o filme falado era visto na época. Os filmes falados eram vistos como brincadeira de mau gosto; todos achavam que as falas não eram sincronizadas com o filme, e sim que havia dubladores atrás das telas; enfim, um retrato negativo que só foi mudado com o sucesso estrondoso de O Cantor de Jazz, o primeiro filme falado – e, mesmo assim, houve ainda quem achasse que era apenas modismo.
A escolha de um musical não é mera coincidência, mas sim uma ironia a essa transição. Através das músicas, diversas passagens clássicas e charmosas foram criadas: além da primeira e supracitada seqüência na chuva, temos outras, como as aulas de sapateados de Gene Kelly e Donald O’Connor, uma em que os dois e Debbie dançam ao imaginar como seria bom se o filme fadado ao fracasso passasse do mudo ao falado, a seqüência em que Kelly recria um ambiente cinematográfico para dançar com Debbie, e, a mais controversa de todas, uma seqüência inteira aparentemente deslocada da história, em que Gene Kelly representa um homem a procura de emprego na Broadway.
Rico também em referências, é possível encontrar paródias de filmes de Gene Kelly durante todo Cantando na Chuva, como Os Três Mosqueteiros (1948), Minha Vida é uma Canção (1948) e Casa, Comida e Carinho (1950); algumas paródias a astros do cinema mudo real, como Clara Bow e Pola Negri; e também algumas ironias, como o fato de Debbie ser a dubladora de Lina no filme, mas na vida real ter sido dublada por outra atriz durante as cenas de canto, ou então o fato de que a mesma Debbie teve problema com algumas captações de suas falas, quando o microfone ficou perto demais do coração e captava seus batimentos.
Completo, cativante e divertido, é praticamente impossível não se render aos encantos de Cantando na Chuva. Incluído em praticamente todas as listas de melhores filmes já feitos, é uma obra simplesmente imperdível e, mais do que isso, uma aula sobre um importante período da história do cinema. 
 



Resumos Relacionados


- Filme - Serenata á Chuva

- Serenata á Chuva

- # Cantando Na Chuva #

- Cinema, Sua Transição: Do Mudo Ao Falado

- O Artista



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia