Patativa do Assaré
(pesquisa.com)
Antônio Gonçalves da Silva ( Patativa do Assaré - 5/3/1909 — 8/7/2002), nasceu e morreu em Assaré no Ceará. Foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro
Filho de uma família muito pobre, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte do pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, frequentou a escola local, na qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses. Já nessa época começou a fazer repentes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.
Quando participava do programa da rádio Araripe, declamando seus poemas foi ouvido por José Arraes de Alencar que, admirador do seu talento, lhe dá o apoio e o incentivo para a publicação de seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, de 1956, livro que teria uma segunda edição com acréscimos em 1967, passando a se chamar Cantos do Patativa. Em 1970 é lançada nova coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas comentados, e em 1978 foi lançado Cante lá que eu canto cá. Os outros dois livros, Ispinho e Fulô e Aqui tem coisa, foram lançados respectivamente nos anos de 1988 e 1994. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos.
Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (foi nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.
A transcrição de sua obra para os meios gráficos perde boa parte da significação expressa por meios não-verbais (voz, entonação, pausas, ritmo e a linguagem corporal através de expressões faciais) que realçam características expressas somente no ato performático (como ironia, veemência, hesitação, etc.). A complexidade de sua obra é evidente pela sua capacidade de criar versos tanto nos moldes camonianos (inclusive sonetos na forma clássica), como poesia de rima e métrica populares. Ele próprio diferenciava seus versos feitos em linguagem culta daqueles em linguagem do dia-a-dia (denominada por ele de poesia "matuta").
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