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História de Alfama, Lisboa
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Alfama é um bairro típico da cidade de Lisboa caracterizado pelas ruas irregulares, os telhados inclinados, os enfiamentos visuais proporcionados pelas ruas estreitas, as marchas populares e, até mesmo as roupas nos estendais. Curiosamente, é isto, para muitos, a cidade de Lisboa. As casas de fado, os restaurantes de comida portuguesa, os festejos dos Santos Populares tornam o bairro ainda mais atractivo. São estes factores que levam a que o bairro seja muito frequentado por turistas.O bairro foi povoado e, organizado territorialmente, em grande parte, durante a Idade Média e o período inicial dos Descobrimentos, mantendo sempre em contacto a vivência popular e a aristocrata. Alguns palácios pertencentes à nobreza estão ainda situados nas ruas principais, ou seja, nas mais amplas, que coexistem com habitações tradicionais, mais modestas, que se abrem para largos, ruelas e terreiros que transmitem o aspecto de meio rural. Durante o período de romanização, entre os séculos II e V, ao mesmo tempo que a Cidade de Lisboa adquiria alguns focos de núcleos urbanos instalavam-se, em conjunto, outros núcleos de lazer ligados ao aproveitamento de águas termais. Estas águas foram o principal factor de agregação da população. Após a conquista da cidade de Lisboa, que no século XIII ainda era denominada de Olisipo, os mouros reorganizaram a cidade em funções: económica, cultural e social. Estando já consolidadas as muralhas da chamada cerca velha, entre o castelo e o rio, no vale da Baixa cresciam as casas, as tendas e as mesquitas, criando um arrabalde no exterior. Assim, as famílias de aristocracia muçulmana instalavam-se em grandes casas com quintais.O nome de Alfama também data desta altura pois, Al-Hama significava ‘fonte de águas quentes, águas boas’, e foi este o principal factor de agregação da população. As ligações à cidade faziam-se ao longo da margem do rio, a sul, ou através das principais portas da cidade: a de S. Pedro e a do Sol. Para oriente havia ainda a ligação a um velho caminho ribeirinho por onde circulavam os produtos hortícolas que abasteciam a cidade. Situada no arrabalde de Lisboa, Alfama era também a ligação entre o campo e a cidade, o que hoje apelidamos de zonas suburbanas.Quando D. Afonso Henriques conquista Lisboa aos Mouros, Alfama é ocupada por tropas e a entrada na cidade é feita pela porta de S. Pedro. Em consequência, a parte aristocrata ocupada por muçulmanos é abandonada acabando por se refugiarem no centro da cidade. Após a inserção de Lisboa no reino de Portugal, passou-se à sua reorganização administrativa e urbanística, que pretendia também desenvolver a cidade a nível económico. Assim, no interior das muralhas nasceram a freguesia da Sé e de S. Tiago, enquanto no exterior nasceram as freguesias de S. Pedro, de S. Miguel e a de S. Vicente. A existência de uma Escola de Gramática e de uma série de propriedades régias, como a do Paço das Galés ou o Paço Real de Alfama, contribuíram com uma grande visibilidade desde o inicio da sua da formação. Ao longo dos tempos, o perfil aristocrata de Alfama foi-se mantendo, muito com a construção de Conventos e de Palácios implantados nas colinas e nos outeiros da encosta, em grandes lotes. Já na zona ribeirinha a construção era uma sequência de habitações ao longo da margem. O forte crescimento da cidade, num e noutro lado da colina do castelo, levou à necessidade de construção da cerca fernandina no século XIV que abrangia todos os arrabaldes, definindo, deste modo, um novo perímetro urbano. Já no final do século XV, com a extinção das judiarias, a de Alfama foi agregada às freguesias de S. Pedro e de S. Miguel. Com o terramoto de 1755, Alfama sofreu com a destruição de velhos edifícios e com a deflagração de incêndios. Também, com a reorganização da cidade, a questão da requalificação da urbanização da zona oriental chegou a ser posta em causa, contudo, nunca nada foi implementado. Os palácios que haviam sofrido as consequências do terramoto foram reconstruídos a mando dos seus proprietários, parcialmente remodelados ou, quase reconstruídos de raiz. Na segunda metade do século XIX o bairro sofre um revés. O arquitecto da Câmara de Lisboa, Pedro José Pezarat, defende a demolição do bairro para construção de uma urbanização mais ampla e racional, defendendo novas teorias higienistas. O projecto não chega a vingar, devido à falta de meios e à dura oposição que, entendeu que o valor social e cultural de Alfama tinha que ser visto como um conjunto patrimonial a manter.No início do século XX, a degradação do bairro levava a crer que Pedro José Pezarat talvez tivesse alguma razão e, Alfama precisava urgentemente de uma reabilitação urbana para fazer face à decadência social e física do bairro. Surgiu deste modo, por iniciativa do Estado Novo a ideia de planos para os bairros históricos, nomeadamente para Alfama, no âmbito das acções de planeamento que então se programavam para Lisboa. O primeiro plano, encomendado pelo então Presidente da Câmara e Ministro das Obras Públicas, o Engenheiro Duarte Pacheco, baseava-se em aspectos técnicos de saneamento básico e arranjo de alguns espaços exteriores. As obras realizadas na década de 60, conseguiram travar a degradação dos espaços públicos mas não os problemas sociais. Só mais tarde, na década de 70 e 80, com a formação da Comissão de Moradores é que se foram tratando aspectos sociais alarmantes, como o tráfico de droga e outros tipos de criminalidade.



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