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Resenha do filme "Ensaio sobre a cegueira"
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        O filme Ensaio Sobre a Cegueira, dirigido por Fernando Meireles – uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por José Saramago – retrata uma cidade onde, repentinamente, um motorista de descendência oriental atrapalha todo o tráfego de uma determinada rua depois de ficar cego. Ele é levado para casa e posteriormente ao oftalmologista, que constata o aparente perfeito estado dos olhos de seu paciente. Todos que entram em contato com o japonês, inexplicavelmente adquirem a cegueira, e isto provoca uma epidemia que aos poucos atinge grandes proporções ao ponto de causar grande alarme na parcela da população ainda não infectada, no governo e na comunidade científica. Estes últimos, paralelamente à busca do entendimento da nova doença, assim como meios de obtenção da sua cura, determinam medidas de confinamento dos infectados, que passam a viver em condições subumanas a fim de garantir a saúde dos demais integrantes da sociedade.
        Fernando Meireles, em uma entrevista, afirmou que algo que despertou sua atenção na direção desse filme foi a “fragilidade da civilização". De fato, apesar de ter alcançado grandioso desenvolvimento tecnológico, frente a tal epidemia nada pode ser feito a fim de controlar o problema e tudo que restou à população foi se adaptar a ele. 
        No confinamento, onde se passa a maior parte do filme, a luta pela sobrevivência pode ser observada. A organização dos cegos em grupos em determinado momento provocará desavenças entre eles e consequentemente conflitos relacionados sobretudo à alimentação (até mesmo a  mulher foi usada como uma moeda de troca), e também pelo espaço. Tais comportamentos podem levar-nos a fazer uma comparação entre estas disputas com as do reino animal. É como se frente às dificuldades o ser humano perdesse a sua maior virtude (o que o faz diferenciar dos demais seres na natureza), a capacidade de ser racional, passando a agir impulsionados pelos instintos.
        Este comportamento desenvolvido pelos cegos levou alguns críticos a alegar que a adaptação do livro retrata os deficientes visuais como verdadeiros monstros. Este ponto de vista é contestado pelo diretor, que afirma que os personagens não são cegos, mas pessoas que adquiriram a cegueira sem tempo para adaptações e, portanto, são as vítimas dos acontecimentos.
        Curiosamente, uma única pessoa, mesmo em contato constante com todos que adquiriram a cegueira, não se infectou. Esta, a mulher do oftalmologista, mantendo seu segredo no intuito de evitar maiores conflitos e para continuar junto de seu esposo, passou a observar e repudiar os comportamentos praticados pelos afetados. Ela funciona como uma “ponte” entre a realidade fictícia e o espectador, fazendo-o refletir sobre até onde vai o bom senso dos indivíduos.
        Tem-se, portanto, que a obra nos chama a reflexão sobre o que a sociedade está fazendo consigo mesma. O descaso com o próximo e sentimentos de egocentrismo são também encontrados na nossa realidade. A vulnerabilidade da espécie humana pode ser estendida ao nosso mundo, não só em relação a epidemias ou até mesmo pandemias, mas também a desequilíbrios ambientais causados pelo próprio homem. Nossos conceitos em relação à nossa própria existência devem ser repensados para melhorar nosso viver.



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