Análise do filme: Sempre ao seu Lado, com Richard Gere
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Aqui estou para partilhar minha, talvez óbvia, estrambólica ou desastrada, mas sempre sincera, impressão de filmes que fizeram ou fazem muito sucesso ou que me cativaram o suficiente para que eu lhes dedicasse um artigo.
Desta semana, o premiado foi “Sempre ao Seu Lado”, indicado por uma amiga emotiva e simpatizante de bichinhos de diversas espécies. Já tinha visto sua capa diversas vezes, mas sempre resistia ao filme, já que, embora goste de drama, não suporto histórias forçadas e exageradamente sentimentais. Outra, esse negócio de muito “love” entre gente e bicho... tudo bem, eu sei que rola, pois até tenho dois poodlezinhos maravilhosos, mas acho meio "nhêm-nhêm" para virar sessão de cinema.
A verdade é que apesar de toda minha veia de sensibilidade, tenho uma avantajada artéria que bombeia realidade. Posso derramar mil lágrimas por algo e abrir a boca para dizer que não gostei. Bem, eu sou mulher e acho sinceramente que isso já justifica muita coisa...
É bastante aparente que “Sempre ao seu lado” sinaliza a presença de caixão e enterro. Pronto, falei. Abri a boca e não segurei. Alguém morre na história. Na real, esse título soa doce demais. Meiguinho demais. Carinhosinho demais. É, não gostei de título não.
Mas vamos. O filme é americano e foi lançado em 2009, sendo por muitos considerado maaaraaaaviiiilhoooosoooooo!!!! É baseado numa história dita “real”, que teria se passado no Japão, em meados de 1920 a 1930.
Num certo dia, o professor Parker (Richard Gere) encontra um filhote da raça akita perdido numa estação de trem. Compadecido, tenta encontrar o dono do animal, sem sucesso, tendo que levá-lo temporariamente para casa. No entanto, acaba ficando com ele. Desde o inicio, a interação dos dois é bastante forte.
Passam-se alguns anos e o vínculo de Hachiko (o cão) com o professor Parker é comovente. De tanto fugir para seguir o dono até a estação de trem, acaba por ganhar permissão para acompanhá-lo até lá, na ida para o trabalho e aguardar por seu retorno, no final da tarde.
Contudo, chega o momento do filme dar uma guinada (não era sem tempo, pois estava entediante). O professor falece no trabalho, não retornando à estação onde lhe espera Hachiko, como sempre, ao entardecer.
Pobre do cãozinho! Por sua óbvia limitação para raciocínio, não se dá conta de que seu amado dono morreu e permanece esperando por ele. Somente à noite, alguém da família vai buscá-lo. Após o velório e enterro, a esposa do professor decide ir embora da casa onde moravam e a filha do casal se incumbe de cuidar de Hachiko, junto ao marido.
Daí surge em cena a idéia central filme. O cachorro não admite ficar distante do lugar onde foi criado, não admite ficar longe do ambiente de seu dono, não admite deixar de esperá-lo diariamente, no mesmo lugar e horário. As pessoas das ruas passam a alimentá-lo. Jornais falam da lealdade do cachorro. E assim passam-se 9 anos, Hachiko fica velhinho, até morrer também.
Pontos importantes: a história real ocorreu no Japão e não nos EUA. No lugar em que Hachiko (o verdadeiro) costumava esperar o dono, existe hoje um monumento de bronze em sua homenagem. Seu corpo foi empalhado e permanece atualmente num museu local.
*a história é tão linda, que tive receio em lhe dar crédito. Fiquei matutando se o cão ia diariamente à estação para esperar o dono ou por mero hábito, e fiquei com esta última opção, afinal, foram 9 anos aguardando por alguém que nunca chegaria.
*É muito comum a indústria cinematográfica encher tudo de purpurina e querer que nossos cérebros aceitem assim, com toda facilidade. O simples rótulo de “baseado em fatos reais” é suficiente para fisgar muita gente.
Por outro lado, os conhecedores da raça Akita, testificam sobre sua fidelidade. Ao que tudo indica, o comportamento dessa linhagem é bem peculiar.
*O filme busca explorar ao máximo o emocional dos que estão frente à tela e lhe garanto que há uma grande probabilidade de você ver os possuidores dos corações mais duros, com os olhos inundados em lágrimas. É extremamente dramático, com direito até ao que seria fruto da imaginação de Hachiko, ou seu sonho, minutos antes de morrer: um reencontro fraterno, alegre e afetuoso com seu dono. Plim! Plim! Plim!
*Creio que só quem gosta de cachorros, assistirá esse filme até o fim, pois além de muito dramático, é monótono e circular. O elenco, em geral, é sem expressividade e energia.
*Dizem que há um filme japonês gravado há bastante tempo, que retrata a mesma história, e que seria bem melhor que a produção dos nossos brothers norte-americanos.
*Destaque para o akita que fez o papel de Hachiko. Esse sim merece aplausos, porque gravar várias cenas no mesmo cenário não deve ter sido nada legal.
E finalmente, peço desculpas aos adoradores do filme, caso tenha interferido em suas ilusões sobre ele. Fazem o mesmo comigo. Juro que me chateio na hora, mas passa rapidinho!
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