Resumo de Asterix & Obelix: Missão Cleópatra -

Aventura infanto-juvenil, segundo filme com os personagens baseados nos quadrinhos de René Goscinny & Albert Uderzo. Egito, 50 A.C. Diante da arrogante visita do amante, o imperador romano Júlio César, a rainha Cleópatra termina prometendo, para provar que o povo egípcio ainda é o melhor em todo o mundo, construir o mais suntuoso palácio de todos os tempos em apenas três meses. Desesperado por saber ser incapaz de cumprir tal promessa, o arquiteto real Numerobis (cuja vida passou a depender do sucesso da obra) viaja até o Norte, atravessa o Mediterrâneo e vai até a Gália, a fim de pedir ajuda ao druida Panoramix, dono do segredo da poção mágica que dá força sobre-humana àquele que a experimenta. Acompanhado dos valorosos guerreiros Asterix e Obelix, e do cachorrinho Ideiafix, o druida irá auxiliar Numerobis na construção do palácio. O que eles não sabem é que o cruel Timetamon, arquiteto egípcio rival de Numerobis, fará tudo para sabotar a obra e impedir que o palácio fique pronto no prazo prometido.Ainda que não sejam tão engraçadas e inteligentes quanto nos quadrinhos, as aventuras cinematográficas de Asterix vêm revelando momentos de boa diversão, e conseguindo ficar acima da média do que o cinema infantil vem oferecendo. Esse Missão Cleópatra, por exemplo, não apenas faz rir como muitas vezes remete diretamente aos quadrinhos, visto que o roteirista (que também é o diretor, e também interpreta Júlio César) Alain Chabat procurou ser o mais respeitoso possível com a obra original, embora nesse filme os habitantes da aldeia não apareçam, Asterix se apaixone e Obelix enfim experimente a poção mágica.Assim, a fidelidade é bem relativa, o que parece já ter causado críticas dos fãs dos quadrinhos. Egresso da televisão, Chabat possui um humor rápido, referencial, que no cinema tende fatalmente a ficar datado. São tantas citações que acabam atropelando a trama, e mesmo que todas funcionassem (o que não acontece) a impressão seria de excesso. Assim, entre bons momentos como a luta de artes marciais (no estilo de O Tigre e o Dragão) entre Numerobis e Timetamon, tem-se as referências óbvias a Titanic, O Império Contra-Ataca, O Homem de Seis Milhões de Dólares e ao personagem Wally, que aparece no meio da multidão. Curioso também é ver o quanto a cultura francesa sofre a influência americana, pois o único número musical do filme (desnecessário, diga-se) é em cima de uma música de James Brown (a banda americana ZZ Top também é citada). Fora isso, o roteiro também alfineta elementos de nossa cultura contemporânea como o telefone celular (há uma personagem, Cellularis, que fala picotando), as greves e o desrespeito aos prazos na indústria de construção. Mas só obtém sucesso mesmo ao final, já durante os créditos, na ótima piada em que César tenta entrar na festa dos egípcios e é barrado porque seu nome não está na lista de convidados. E quando, para não mostrar a "violência" de um combate, interrompe a narrativa para exibir um documentário sobre as lagostas. Destaque também para a tradução, que colocou um legionário romano com o nome de "Casus Riocentrus". O ponto alto do filme acaba sendo o elenco. Gerard Depardieu continua ótimo, embora tanto ele quanto Christian Clavier (esse, merecia ser melhor aproveitado, pois demonstra talento e carisma nas poucas oportunidades que o roteiro concede) nem parecem protagonistas, tão pouco destaque lhes é dado. O surpreendente Jamel Debbouze, por sua vez, rouba a cena como Numerobis, e sobre ele caíram as melhores falas do filme ("Cadê o cordeirinho?" é uma delas). Há que se destacar também a exuberante Monica Belucci, deliciosa Cleópatra que faz a cabeça não apenas do imperador César, mas também do velhinho Panoramix. Para a próxima aventura, espera-se que o produtor Claude Berri retome a fidelidade do texto, e não se preocupe tanto com os americanos.

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