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Menino de Engenho. José Lins do Rego
(José Lins do Rego)

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Este resumo não foi feito a partir de uma edição recente de Menino de engenho, de José Lins do Rego. Trata-se de uma edição do tempo em que o sobrenome de seu autor ainda era grafado com o acento circunflexo – Rêgo. É do tempo em que mais da metade das páginas da edição é composta por apresentação, biografia e crítica de peso. Refiro-me à décima segunda edição da editora José Olympio, de 1968, identificada pelo número 22 da Coleção Agarana – “grandes sucessos populares e literários”, com introdução de José Aderaldo Castello, estudo crítico de João Ribeiro e nota biográfica de Wilson Lousada. O livro foi originalmente publicado em 1932.Segundo Tristão de Athayde, ícone da crítica nacional, na orelha do volume, Menino de engenho (que é inaugural do chamado “ciclo da cana-de-açúcar) pode ser colocado ao lado “de outros dois grandes livros humanos, da mais pura infância espiritual, como Grand Meaulnes de Alain Fournier ou o Pequeno príncipe de Antoine de Saint-Exupéry”. Ou ainda: “não é apenas um livro maravilhoso para crianças de menor idade. É um manual de verdade de beleza para crianças de todas as idades”.Com tal apresentação grandiosa, passo ao resumo da narrativa, em primeira pessoa, na voz de Carlos Melo, ou melhor, do menino Carlinhos, órfão de pai e mãe (esta que foi assassinada por seu pai em acesso de loucura), na paisagem do interior da Paraíba, na Fazenda Santa Rosa e no engenho de seu avô por parte de mãe, José Paulino. É em grande medida autobiográfico. Quando tinha quatro anos, portanto, Carlinhos vai morar nessa fazenda-engenho, dominada pela cultura escravocrata e marcadamente patriarcal e machista, mas em franco declínio da economia açucareira. Para Carlinhos, por exemplo, seu avô era como um Deus ou um imperador inatingível. Na verdade, um dono de latifúndio no qual a exploração intensa da mão-de-obra alheia era a regra.Como nos informa José Castello, o empenho geral da literatura de Lins do Rego é representar o homem visceralmente ligado a sua terra e a seu povo, o que implica uma ligação “universal” com toda a humanidade. De fato, a árida realidade experimentada por Carlinhos o faz com veja o mundo em sua feroz luta do bem e do mal, o que o deixa precocemente perverso e corrompido já aos doze anos de idade, nos interstícios da Casa Grande e da Senzala, em meio a uma sociedade marcada pela hipocrisia e pela perversão sexual, nas fronteiras entre Pernambuco e Paraíba. As negras, por exemplo, eram tidas como animais domésticos, o que permitia sua “utilização” como objetos sexuais para os brancos. De fato, a iniciação sexual de Carlinhos se dá uma escrava, de quem contrai uma doença venérea, que era considerado um feito honroso para um homem daquele tempo. Quando completa quinze anos, Carlinhos vai para um colégio interno, quando outros aspectos dessa sociedade em início de urbanização recebem suas pinceladas por Lins do Rego, através de Carlinhos. Cangaceiros, bandidos, enchentes, torturas a negros e negras e toda espécie de torpeza são descritos em meio à formação do personagem principal. Menino de engenho é uma obra que deve ser lida para além da obrigação escolar ou para o vestibular, pois “representa uma riqueza muito grande de informações sociais e de compreensão humana, ao fixar tipos da região açucareira do Nordeste, tudo através das observações sinceras dos valores que caracterizam essa região, dos contatos do menino da casa-grande com os moleques da bagaceira, das relações do senhor de engenho com seus servidores e com a própria família [...]” (José Castello). Em suma, uma obra que marca a história da literatura brasileira e que compõe a formação do imaginário nacional, no que diz respeito ao Nordeste.



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