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Vidas Secas
(Graciliano Ramos)

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  Resenha Crítica:
 
Graciliano Ramos é autor do livro Vidas Secas, que foi lançado em 1938, pela Editora Record, com 168 páginas, incluindo profácio de Álvaro Lins, ilustrações de Aldemir Martins, 37ª edição, no Rio de Janeiro.
Vidas Secas, a obra mais famosa de Graciliano Ramos, mostra a vida na dura seca do sertão árido brasileiro, expondo a realidade brasileira dos retirantes nordestinos, por meio da história de Fabiano e de sua família que vivem em constante fuga, são ignorantes, não tem saber, são roubados, injustiçados, passam fome, enfim vivem na completa miséria. Graciliano Ramos trata o tema do livro como tal, sem apresentar soluções, ou histórias românticas imaginárias, seus personagens são brutos e ignorantes, semelhante a realidade dos retirantes.
A obra tem 134 páginas da história em si, prolongado até a 168 páginas por causa do profácio de Álvaro Lins, composta de 13 capítulos, o foco narrativo na 3º pessoa com narrador onisciente, envolvendo discursos indiretos livres, com o tempo sendo psicológico e circular, e o espaço físico, referindo-se ao sertão nordestino. O romance Vidas Secas é considerado um romance desmontável, pois os treze capítulos que o compõem podem ser lidos isoladamente como se fossem contos, sendo que a obra nasceu a partir do episódio Baleia.
Tudo se inicia na fuga da família de Fabiano, composta por sua mulher, Sinha Vitória, seus filhos, o menino mais velho e o menino mais novo, a cachorra Baleia, que era humanizada e o papagaio, que fora sacrificado, para saciar a fome de seus donos. Fabiano e sua família fogem da seca, procurando outro lugar para recomeçar suas vidas. Encontraram uma fazenda visivelmente abandonada, logo se instalam, mas o dono depois de um período aparece e faz de Fabiano seu empregado, tornando-o vaqueiro. Fabiano vai a cidade comprar mantimentos, mas lá se envolve numa briga com o soldado amarelo, apanha e passa a noite na cadeia, por não saber palavras certas para se defender da injustiça. 
 O desejo de Sinha Vitória de ter uma cama de couro, o do menino mais novo de ser igual ao pai Fabiano, o do menino mais velho de ter amigos e a curiosidade pela palavra: inferno. Durante o inverno, a família de retirantes se assusta com a chuva forte, temendo morrerem afogados. Em outro episódio Fabiano, Sinha Vitória, os meninos e Baleia vão a festa de Natal na cidade, e lá todos, se sentem inferiores, envergonhados aos povos presentes na festa. A sacrificação da cachorra Baleia por Fabiano, devido a uma moléstia que se abatera diante do pequeno ser, de nome hidrofobia, é uma das cenas mais marcantes do livro.
As contas onde Sinha Vitória descobre que o marido está sendo roubado pelo patrão, posteriormente Fabiano e o patrão discutem, mais o sertanejo recua e pede desculpa pela insolência. Depois de um ano Fabiano reencontra o soldado amarelo, onde tem a oportunidade de se vingar pela injustiça e humilhação, mas fraqueja e desiste. A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família fuja novamente, só que desta vez, todos vão para o Sul, em busca da cidade grande, sem destino e sem esperança de vida. Ou seja, o livro começa e termina com a fuga dos retirantes, um espelho da realidade, de um povo sofrido e castigado pela seca, tornando suas vidas literalmente secas igual a terra, e em expectativas.
 Entende-se que uma das marcas sempre presente nas obras de Graciliano Ramos são o sofrimento e a tristeza, e nesta, se faz bem claro, a injustiça social, a miséria, a fome, a desigualdade, a seca e o abuso de poder usado pelo soldado amarelo, são os temas de Vidas Secas. 
 A dura vida de retirantes vagando sem rumo pelo sertão, à vergonha que Fabiano sente por não saber falar certo, o desejo de uma cama de couro que atormenta Sinha Vitória toda a história, ambos citam Tomás da Bolandeira, como exemplo de homem sábio, com vocábulo de palavras cultas, e que tem uma cama de couro. 
O afastamento entre os personagens, a ausência de comunicação entre eles, somente um personagem é humanizado, a cachorra Baleia com pensamentos reais, diferente dos próprios personagens humanos, que não tem a capacidade de pensar. Esse livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje, temas que acontecem diariamente.
 A obra tem fundamental importância para toda sociedade, dos pobres aos ricos, dos adultos as crianças, dos culto aos ignorantes, pois apresenta uma realidade dos povos retirantes nordestinos, que vivem em constante fuga, castigados pela seca. É uma história comovente de um povo que luta para sobreviver.
 



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