Eufemismo, Séries Sinonímicas, Neologismos, Arcaísmos
(LAPA; M. Rodrigues)
O Eufemismo
De acordo com o autor, eufemismo são “meios expressivos que adoçam a brutalidade ou a inconveniência social” de certas palavras ou expressões que evocam imagens grosseiras ou desagradáveis. Como exemplo, o autor referiu a palavra “morte” que é suavizada por uma série de eufemismos, tais como, falecer, expirar, decidir, acabar, fechar os olhos e outros.
O autor também explica que o emprego do eufemismo pode caracterizar certas camadas sociais, ou seja, um homem da plebe que comete um roubo é ladrão mas, se um homem da alta sociedade praticar o mesmo acto já não será aplicada a expressão ladrão ou roubo, e sim desvio de fundo ou fraude.
Portanto, conclui o autor, que “há na linguagem uma dissimulação, uma espécie de hipocrisia – o reflexo de todas as atenuações, transigências e desigualdades que a vida social, como está constituída, nos impõe.
As Séries Sinonímicas
Segundo o autor séries sinonímicas são grupos de palavras subordinadas a um sentido comum.
No entanto, nos dicionários vulgares, os vocábulos ou expressões equivalentes vêm após a definição dos termos e, como não estão inseridos em frases, a consulta tornar-se perigosa pois essas palavras podem assumir, de acordo com o contexto, as significações mais diversas. Por esta razão fizeram-se os dicionários de sinónimos, onde “aparece efectivamente a série, e dentro da série o sinonimista engenha-se em descobrir as diferenças de sentido. No entanto, o dicionário de sinónimos mais celebrizado que existe é o antigo Dicionário dos sinónimos, poético e de epítetos da língua Portuguesa de Roquete e Fonseca, mas é um instrumento antiquado e incompleto.
Arcaísmo
Os arcaísmos são palavras ou expressões que tem o poder de evocar um mundo distante, fazendo ressurgir a vida de antigos tempos. Estas restaurações, obrigadas ou voluntárias da linguagem antiga ajudam a dar a chamada “cor local”.
Segundo o autor o arcaísmo pode iludir o seu destino e permanecer na língua com um sentido especial, até porque os escritores têm a arte de os fazer ressurgir nos livros.
Em lugar próprio, dão a atmosfera do tempo antigo; mas podem também ser cómicos, em alguns casos.
No entanto o autor afirma que o emprego do arcaísmo passou dos bons autores para os plumitivos de baixa categoria, que usam arcaísmos que, quando não empregados com sentido humorístico, revelam geralmente incultura e mau gosto por parte de quem os escreve.
O autor alerta para um cuidado especial com o emprego dos arcaísmos, pois podem, evocando um mundo antigo, tornar ridículo o que se escreve e a pessoa que os utiliza.
Neologismos
Consiste na criação de uma palavra ou expressão nova: amarar, alunar, enfrentar, metragem; ou na atribuição de novo sentido a uma antiga: aperceber-se de, focalizar, vincar. De acordo com o autor, “a língua não cria, mas propriamente transforma, com material de que já dispõe”.
Além dos neologismo de uso geral, há as criações individuais de cada escritor que raramente permanecem na língua.
O autor aponta como propulsores da criação de neologismos as exigências da linguagem científica e as necessidades da propaganda comercial.
Recorrer ao latim e até mesmo ao grego é uma forma que os literatos encontraram para forjar neologismos, dando assim nobreza a certas expressões mais gastas e triviais, como por exemplo: magna, crebros, teorias e acedeu. No entanto o emprego destas palavras podem ser pouco expressivas para o leitor médio, não familiarizado com estes termos clássicos.
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