Resumo de O PAIS QUE SOMOS E OS POLÍTICOS QUE TEMOS

O PAÍS QUE SOMOS E OS POLÍTICOS QUE TEMOS
Por Sousa Farias

PORTUGAL tem quase 900 anos de existência e, apesar de ser um longo período de vida, ainda não conseguiu fazer-se entender com os seus residentes. Portugal é um País que lutou, ganhou e perdeu, teve períodos bons e outros menos bons, mas está aí, de pé e com a dignidade possível. Alguns dos seus residentes ainda não perceberam o que o País gostaria de ter, o que o País quer ser e o que o País é. Na realidade, eu penso que o País gostava de ter emprego para toda a gente, um bom serviço de saúde, em suma, qualidade de vida. E se não fosse isto que o País gostasse de ter teria de passar a ser. Perceber isto é essencial para se desenvolver as linhas políticas para que se possa chegar lá. Mas, pode perguntar-se, quem serão os executores destes planos ou destas orientações, digamos, políticas. Serão os agentes políticos, obviamente. Mas quem são estas personalidades? Pois bem, essas personalidades são pessoas como nós, tal e qual, mas que, em questões de carácter, dignidade e honradez são quase todos piores do que nós. A primeira coisa que essa rapaziada faz é esquecer-se de alguns amigos, colocam-se nas cadeiras do poder, numa de “eu já cá estou e os outros …”. Uma vez, encontrei na cidade, um colega de escola de quem tinha sido companheiro de carteira e disse-lhe, ói, é pá, como é ? convencidíssimo que a personalidade me topava. Disse-me ele, do alto da sua arrogância, não, não o conheço. Fomos colegas de carteira, disse eu. Onde e quando, perguntou ainda? Em tal parte há quarenta anos. You follish, como quem diz, este tipo é chalado.
Num certo sentido, a coisa passa-se mais ou menos assim. A malta não quer saber uns dos outros. De tal maneira é verdade isto que acabo de dizer, que, na Bélgica, o Rei não consegue pôr as duas facções (valones e os outros) de acordo, o povo belga prefere assim, sem políticos, o País até já baixou o deficit, apesar de aqui há dias, na TV, ouvir um belga dizer: “nós somos um País de cómicos, rimo-nos de nós mesmos, somos o País do Tim Tim” e outros disseram outras coisas. Estes talvez queiram os políticos no Governo. Mas para quê, perguntarão os gregos. E os espanhóis também. E os portugueses idem. Em Portugal, há mais de dez anos que os chamados políticos falam disto e daquilo e agora chega um novato ao poder e larga esta: vamos ter dois anos de crise, nem mais nem menos, menos de dois anos de desgraça ninguém nos tira, disse ele.
Ora, para vir dizer isto e coisas ainda piores, estes tipos não precisavam de ser políticos, precisavam de ter vergonha na cara, que é o que não têm. O Dr. Portas, quando adquiriu os submarinos, passou em roda pé na TV, que tinha aceite pagar mais 30 mil ou 30 milhões de euros, não me lembro bem, o Dr. Passos Coelho chega ao Conselho de Ministros, creio que foi, com motorista e montado num topo de gama e, para gozar com a malta, aparece um CDS montado numa Lambreta. E a estes tipos, parece-me que oito anos a falar na AR têm direito à reforma total.
E o Dr. AMI, desculpem-me, o Dr. Fernando Nobre, que tal ? Grande jogada. Com estes cavalheiros não temos hipóteses nenhumas.
É o que eu penso.

SOUSA FARIAS

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