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Um encontro em viagem
(benoit dubuisson)

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Durante dois anos, eu afastei-me da minha mulher e da minha familia, acumulando viagens de negócios por todo o mundo, mas quando o meu patrão me deu uma folga de seis meses, ele disse-me com palavras calmas e reconfortantes: "Va ter com a sua familia, aproveite, você mereceu".
Foi então quando sai de New York e fui para Paris em classe business, numa felicidade de reencontro, mágica e eufórica que o regresso às origens provoca.
Durante a viagem, instalei-me para encontrar o sono que tinha perdido com a pressão das missões que pairavam envolta dos contratos que deveria concluir. Mas mal tentei me repousar, uma jovem, sentada perto de mim, entornou o seu café nas minhas calças e acordou-me. Ela desculpou-se imediatamente e tranquilizei-a dizendo que a culpa nao era dela e ela agradeceu-me com um lindo sorriso que apenas ela conhecia o segredo.
Ela tinha uma cara de anjo com cabelos dourados e parecia profundamente educada, imaginava-a de uma educação nobre e aristocrata.
Voltei a adormecer durante três horas, completamente cansado, mas quando a hospedeira distribuiu o jantar, apercebi-me que a jovem nao comia nada de tão absorvida que ela estava pelo romance que estava a ler. Intuitivamente, ela perguntou-me se eu tinha descansado bem e começou a interrogar-me sobre a minha vida, os meus projetos e a minha familia. Eu respondia espontaneamente: "A minha familia está à minha espera, há dois anos que nao os vejo, vai ser um choque".
Ela continuava audaciosamente: "Já se encontrou com outras mulheres?" respondi rapidamente que tinha uma alma libertina mas que a minha mulher apesar dos anos que passaram, seria sempre o ser que me acompanhou durante o luto do meu irmão, que morreu acidentalmente quando eu tinha 28 anos, e derrepente lágrimas de tristeza molharam o meu rosto, que limpei delicadamente por pudor, de tão importado que eu estava pela lembrança dramática. Observando a emoção que me invadiu derrepente, ela pegou no meu braço e disse: "Va ter com a sua mulher, você é um homem feliz agora".
No fim da viagem, ela ofereceu-me o seu livro de Musset e pediu que abrisse na pagina com o canto dobrado onde li no fim do poema: " ninguém se conhece sem antes ter sofrido".
Tocado pelo gesto desinteressado, prometi-lhe beijando-a na cara, de a visitar em Paris.
Duas semanas mais tarde, voltei a vê-la e almoçamos juntos num bar aos pés da torre Eiffel. Ela contou-me os seus dias, com os olhos brilhantes e o sorriso nos lábios e pediu-me: "Beije-me como no cinema".
Sem hesitar, levantei-a para a deitar na erva do Champ de Mars e ficamos durante algum tempo abraçados num extâse romântico.
Quando a noite chegou, ela suplicou-me: "Escreva-me quando estiver de partida, eu amo-o!"
Eu prometi-lhe e quando a deixei ao fim da noite depois de a ter acompanhado a casa, meti a minha mão no bolso do meu casaco para acender um cigarro e vi que ela me deixou uma lembrança do nosso dia. Foi " A vida é bela" de Franck Capra.



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