A Otan e a insegurança na Europa Central
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O bloco de Visegrad congrega os países da Europa Centro-oriental que ocupam a posição de vanguarda nas reformas para a introdução de economias de mercado. Situados na periferia imediata da Alemanha unificada, eles formaram uma zona de livre comércio e, em conjunto, apresentaram pedido de ingresso na União Européia (antiga comunidade Européia). A solicitação de adesão à Otan, também chamada de Aliança Atlântica, ´´e uma consequência natural da opção geopolítica de integração à Europa Ocidental e reflete a insegurança provocada pelo crescimento das tensões nacionalistas na Rússia. O sucesso eleitoral de Vladimir Jirinovski e dos adeptos da Grande Rússia nas eleições gerais russas, em 12 de desembro de 1993, ampliou os temores na comunidade de Visegrad.
A Cúpula de Bruxelas foi precedida por intenso debate estratégico entre os especialista americanos. A tese derrotada - representada especialmente pelo ex-secretário de Estado Henry Kissinger - preconizava a imediata incorporação dos países da Europa Centro-oriental à Otan e a expansão formal dos limites da Aliança até as fronteiras da CEI (Comunidade de Estados Independentes). Esse era também o sonho dos países de Visegrad, que teriam a plena garantia de defesa na eventualidade de agressão estrangeira. A tese vitoriosa - adotada pela equipe de Bill Clinton - opera na perspectiva da ampliação por etapas da área coberta pela Otan, de modo a apaziguar os russos e evitar o congelamento prematuro de uma nova fronteira geopolítica no continente europeu.
A Parceria pela Paz pretende agradar a todos. Como costuma ocorrer nesses casos, na prática ele descontenta gregos e troianos. Os países do antigo bloco soviético não se sentem plenamento seguros sem a incorporação formal à Aliança. Os russos se sentem inseguros com a perspectiva de manobras militares nas cercanias das suas fronteiras. A associação de repúblicas da CEI e do Báltico à Parceria aprofunda a percepção de isolamento de Moscou. Manobrando para confundir o cenário, o governo de Boris Yeltsin anunciou, no inicio de março, a adesão russa à Parceria pela Paz. É uma forma de dificultar o passo seguinte da Otan: a incorporação seletiva dos países da Europa Central e Oriental.
FONTE: http://www.espacoacademico.com.br/009/09almeida_otan.htm
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