Aspectos HISTÓRICOS DA ALFABETIZAÇÃO
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Prática e sistemas implantados de ensino da leitura e da escrita, são fatores relevantes no desenvolvimento do ser humano e da sociedade.
No começo, as letras do jeito destas que encontramos aqui nesse estudo não eram dessa forma. Eram representadas por desenhos. De acordo com IMENES, 1987, p.182: “Três mil anos antes de Cristo, os egípcios já eram um povo bastante evoluído e tinham uma forma de escrita utilizavam sinais para exprimir as mais diversas situações e fatos”.
No começo, esses sinais, os hieróglifos eram o desenho da própria coisa que indicavam. A figura de um sol, por exemplo, representava o próprio sol. Depois, foram adquirindo também um significado simbólico, a figura de um sol podia tanto indicar sol como dia. Evoluindo um pouco, ganhou uma terceira função: valor sonoro. A figura do sol passou a indicar dois sons diferentes: um correspondente a “sol” e outro o “dia”. Também seu formato foi se modificando. Os escribas que eram os “redatores” da época tinham que trabalhar depressa; como não podiam caprichar muito nos desenhos que faziam, foram simplificando as figuras cada vez mais.
De acordo com a Enciclopédia Barsa 2003, p.267: “No oriente, em paises de tradição oral (China, Índia, Indonésia), o teatro, o teatro de marionetes, os folguedos de natureza folclórica, supriam e suprem ainda as necessidades de grandes populações ágrafas”.
Em CÁCERES, 1998. p.163 vemos que “na Ásia Menos e nos paises árabes os contadores de historia e os sacerdotes tiveram e têm o papel de transmissores e interpretes do que se contém nos livros”.
Mesmo em civilizações modernas de letra de forma, como a Irlanda ou o País de Gales, os narradores têm, ainda, um certo papel. O mundo de acordo com Mchuah, estaria a tornar-se, nesta era da eletrônica e de informática uma aldeia, a chamada “aldeia global” que volta a comunicar outra vez “de boca”.
Segundo SEBER, 1997, P.185: “O acesso ao conjunto de signos que formam o código denominado alfabeto permite que o ser humano transmita às gerações futuras não somente informações, mas também boa parte de sua cultura”.
Vários povos da historia da humanidade criaram seus alfabetos, desde os mesopotâmios com sua escrita cuneiforme, os fenícios, povos bons comerciantes que gostavam das coisas práticas e logo sintetizaram sua escrita, diminuíram o número de sinais empregados. Este mesmo alfabeto dos fenícios foi aperfeiçoado pelos gregos, acrescentando sinais para indicarem vogais. Por sua vez, os romanos adaptaram o alfabeto dos gregos à língua latina, numa escrita cujas letras eram todas maiúsculas. Já foi por volta do século IX que apareceu a escrita carolíngia que trazia as letras minúsculas e foi difundido por todo o império de Carlos Magno e foi precursora das letras góticas e das atuais minúsculas.
Assim o modelo de se alfabetizar seguia cada momento histórico de acordo com o seu sistema de escrita.
Segundo FERREIRA, 1990, p.19: “A aquisição da língua materna é inegavelmente uma aquisição pré-escolar. Há bastante tempo, pesquisadores interessados nas origens da representação gráfica na criança assinalaram tentativas precoces de produção de traçados de aparência gráfica variada, mas diferentes do desenho”.
O modo de dominar a leitura e a escrita evoluíram desde as civilizações primitivas aos nossos dias.
É de conhecimento geral que a necessidade do ser humano se comunicar graficamente parte dos tempos mais remotos. Os estudos mais antigos remetem-nos para o período conhecido como pré-história, no qual as mensagens eram escritas nas paredes das cavernas através de processos rudimentares de pintura.
Desse momento até os nossos dias, os processos de leitura escrita evoluíram muito, para responder as exigências de um modelo de comunicação mais preciso, inventaram-se as consoantes e as vogais e a linguagem ocidental, tornou-se alfabética, cada som passou a ser representado por uma determinada grafia (letras).
Os estudos acerca do processo de alfabetização vêm mostrando que, para poder se apropriar do nosso sistema de representação escrita, a criança necessita construir respostas para duas questões: 1ª o que a escrita representa? E 2ª Qual a estrutura do modo de representação da escrita?
De acordo com GROSSI, 1995. p.132: “A escola considera evidente que a escrita é um sistema de signos que apressam sons individuais da fala”.
Importante salientar que no principio da questão da aprendizagem toda criança supõe que a escrita é uma outra forma de desenhar as coisas.
De acordo com ELIAS, 2000, p.17: “O grande precursor da educação moderna foi o francês Jean Jacques Rousseau (1712-1778). Rousseau representa a tentativa de esclarecer equívocos pedagógicos que a leitura de um clássico como Emilio suscita, quando se pensa na influência que exerceu na educação”.
Para análise e transformação do mundo, tornava-se necessário uma nova avaliação dos conhecimentos acumulados durante a historia, porque cada época deu sua contribuição para chegar ao que a alfabetização é no momento atual.
Referências Bibliograficas:
IMENES, Lúcio Márcio. As letras na história da civilização. São Paulo, scipione, 1987.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emilia a Emilia, a trajetória da alfabetização. São Paulo, Scipione, 2000.
GROSSI, Esther. Pilar, paixão de aprender. Petropoles, Vozes, 1995.
FERREIRA, Emilia. Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre, Artes Médicas, 1991.
SEBER, Maria da Gloria. A escrita infantil – o caminho da construção. São Paulo, Scipione, 1997.
CÁCERES, Florival. História dos povos. São Paulo, Moderna, 1998.
BARSA. Enciclopédia, volume 05, São Paulo, Melhoramentos, 2002.
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