Para entender como pode ter surgido o movimento modernista, é preciso ter em mente que uma das possíveis explicações consiste em dizer que, desde a segunda metade do século XIX, especialmente para o seu final, os artistas dos principais centros europeus sentiram-se deslocados, no tipo de sociedade criada pelo capitalismo, pois a arte, que é uma atividade integradora, opõe-se a essa sociedade essencialmente marcada pelo individualismo, razão pela qual desenvolveram uma linguagem estética nova, que, ao destruír alguns princípios da arte anterior, como o da unidade e equilíbrio da obra, acabou por produzir trabalhos em que ganharam destaque a dissonância (música, literatura), a ausência de pespectiva ( pintura), a fragmentação da linguagem, etc. Abaixo, algumas de suas características gerais, que, de certo modo, apresentam um pouco de cada uma delas:
Liberdade de linguagem: os modernistas fazem experimentos ousados no léxico, na sintaxe e na semântica.
Verso livre: durante boa parte da história do modernismo põe-se em evidência esse tipo de versos sem métrica definida.
Coloquialismo: mais do que em qualquer época, valoriza-se agora o nível coloquial da linguagem.
Fragmentação do enredo: os melhores prosadores do modernismo irão produzir narrativas concentradas na reflexão das personagens, em seus estados mentais, desprezando a trama e a estrutura narrativa organizada com que antes se expunha uma história de começo, meio e fim.
Nacionalismo crítico: especialmente no caso brasileiro, o modernismo fará uma revisão de nossas mazelas, denunciando-as como problemas de carater político, desenvolvendo, para tanto, uma abordagem socialista, comunista, esquerdista de nossos conflitos sociais.
Banalidades de assuntos: a literatura, neste momento, passa a utilizar todo e qualquer assunto, de preferência os mais triviais, não há mais assuntos sublimes próprios à arte, todos servem.
Liberdade estética: mais que característica própria de um texto, a liberdade estética é a base da postura do artista moderno.Isso quer dizer que, com esse estilo, o artista realiza as experiências que quiser, do modo que entender. Não há mais limites, ou camisas de força para a criação.
Dessacralização da arte: o artista moderno, constantemente se diverte com o que cria, fazendo da arte um espaço de ironia, de divertimento, de humor, assumindo assim uma postura mais descontraída, relativista, diante de seu trabalho, apresentando, portanto, uma visão "menos séria" da arte e de si mesmo
Dissonância: Consiste em aproximar no mesmo texto palavras sublimes e palavras chulas, por exemplo, produzindo choques que desarmonizam o conjunto.
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