Na segunda metade do século XIX, o continente europeu caracterizava-se fundamentalmente pela consolidação e fortalecimento do poder burguês, inclusive como classe social vitoriosa. Se, durante algum tempo, a ideologia romântica serviu de sustentáculo, era hora de abandonar de maneira lenta e gradual, mais não menos gradativa, os contestadores, idealistas e aceitar as novas perspectivas da nova classe dominante com suas bases ideológicas, o conhecido liberalismo político e, também , materiais, o liberalismo econômico. Nesse momento a ciência e a razão tornaram-se imprescindível. Acreditava-se sobretudo na racionalidade e no cientificismo como forma de ser e de ver a existência, numa perspectiva essencialmente materialista. Esse processo por um lado se traduz na implementação acelerada do sistema capitalista, cujo avanço industrial já esboça a mecanização do mundo e da vida que caracteriza a sociedade moderna. Palavras como evolução, processo e suas variantes predominavam em todos os setores do conhecimento, que elegiam a dimensão da existência visível, material, mensurável, traduzível em fórmulas acabadas, como seu valor absoluto e inquestionável. Revelaram-se com prioridades o desempenho da indústria, a balança comercial positiva e tudo que se pode considerar lucrativo. Em consonância com essas idéias surge no cenário artístico-literário o Realismo, ou melhor dizendo, surgem as Escolas Realistas, que compreendem três estilos: o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo. Esses estilos possuem traços específicos que os diferenciam, embora sejam todos uma reação contra o Romantismo, cujas fórmulas encontravam-se envelhecidas e obsoletas para a novas cirscunstâncias da época pelas quais passava toda a Europa.A palavra realismo remete à realidade, à objetividade e a uma comprovação direta dos fatos através dos sentidos e da experimentação, preterindo qualquer ligação com o poder da fantasia. Entre suas características principais, estão: priorização da observação; busca da verdade sensível, negação da verdade racionalmente idealizada dos clássicos e da verdade sentimental dos românticos; procura de apresentação deum retrato fiel das personagens. Os enredos decorrem, pois do carater delas; predomínio de análise (psicológica e social) sobre a ação; encadeamento dos acontecimentos socioeconômicos procurando dar uma visão do todo social retratação da vida contemporânea do homem de seu tempo; registro do rigor lógico da palavra exata.
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