Variação,Mudança e Norma
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Variação, mudança e norma – movimentos no interior do português brasileiro- Escrito por rosa Virgínia de Mattos silva está dividido em dois blocos. Sendo que, no primeiro apresenta uma revisão histórica dos conceitos de variação lingüística desde a torre de babel até o século XX. O segundo aborda a lingüística brasileira e seus elementos sintáticos e variações. A autora introduz o tema com uma reflexão sobre a diversidade do português brasileiro enquanto modalidade de ensino da língua materna majoritária, porém, não exclusiva. Objetiva através de seus estudos fixar-se na dialetação no interior do português brasileiro e nas relações como o ensino da língua oficial e materna. Para isso, apresenta na introdução um breve comentário sobre o posicionamento dos componentes do titulo como uma estratégia de ênfase no vocábulo Norma, visto que toda a reflexão proposta será focalizada nela, o que caracteriza uma homogeneidade com a temática da obra em que está inserida. A revisão histórica marca a trajetória dos conceitos referentes à variação e o surgimento da lingüística destacando o mundo ocidental de tradição Greco-latino tendo como representantes responsáveis pela construção do saber no século XIX os filósofos gregos. Busca, ainda, desenvolver o complexo conceito de norma e os complexos dialetos coexistentes no diassistema brasileiro visando compreender como a língua se estrutura para um funcionamento apropriado. Estabelece o surgimento da tradição gramatical utilizando os modelos gregos na tentativa de criar um modelo para fixar a língua de maneira que este se torne um parâmetro a ser seguido o que se respalda pela hegemonia da língua para fundamentar assim a tradição gramatical que se concentra no estudo da língua escrita como a variante privilegiada. O papel da escola é descrito como um meio de se propagar a reprodução na sociedade esses ideários conforme exposto por Bourdieu e Parsseron. Além de abordar, mesmo que rapidamente, a descoberta cientifica no século XIX e os desdobramentos que foram importantes para a descoberta de um grande acervo cultural e a denominar das interpretações teóricas como Lingüística histórica, ainda encontra-se descrito a abertura dos estudos comparativistas englobando as variações geográfica e variação social, as variações dialetais e a definição do objeto de estudo da lingüística histórica sendo esta responsável pelo estudo das línguas no tempo. No entanto, mesmo com todo o aprofundamento do campo de estudos da lingüística, percebe-se que a tradição gramatical normativo-prescritiva continua a exercer sua força na prática pedagógica do ensino da língua. Já no século XX com a chamada lingüística moderna Saussure para romper radicalmente com essa tradição. No segundo capitulo do texto a autora enfatiza o avanço dos estudos sociolingüísticos no Brasil analisando o perfil da fala dos brasileiros na sua globalidade a partir dos dados do projeto NURC. Aponta em suas reflexões a situação diglóssica do português brasileiro, sendo uma língua que se fundamenta numa tradição histórica idealizada e que é transmitida pela escola aos seus alunos nas práticas de ensino. Porém, a prática da realidade linguistica vem sendo desvendada nas ultimas décadas primeira pelos dialectólogos e depois pelos sociolinguístas. Apresenta alguns traços dos fatos sintáticos do português brasileiro que evidenciam a distância entre o português e a gramática veiculada pela tradição normativo-prescritiva e os usos reais em variação ou em variação e mudança no português. Estabelece a existência de um continuum dialetal e não apenas uma diglossia. Com o apoio do projeto NURC é possível identificar claramente a diferença nas expressões dos falantes não-urbanos e não-escolarizados e os da variedade culta. Um dos pontos mais interessantes da reflexão apresenta-se no questionamento e estudos quanto à concordância gramatical da fala brasileira que tem sido priorizado pelos sociolinguístas. Menciona, também, o professor como aquele que deve dominar as possibilidades de variações descritas no texto para que possa ensinar os paradigmas que não fazem parte do vernáculo do aluno. Em seguida, apresenta dados da pesquisa com informantes rurais e não- escolarizados e urbanos. Os fatores sintáticos não foram escolhidos aleatoriamente como afirma a autora, mas por se configurarem um excelente material comparativo que dispunha no momento relacionado ao sistema pronominal do português brasileiro. Diante das interpretações pode-se inferir que sintaxe brasileira não é apenas uma variação sociolingüística, mas constituída de uma mudança estrutural e profunda e integrada paramétrica na definição do gerativismo atual. Sendo assim, variação, mudança e norma (movimentos no interior do português brasileiro) destina-se aqueles que são interessados em estudos lingüísticos e nas variações lingüísticas e que possuem conhecimentos sobre os fundamentos sociolingüístico, por possuir termos específicos e linguagem destinada a acadêmicos que fazem parte de estudos de variações dialetais.
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