Análise Filosófica de Prometeu Acorrentado (Èsquilo)
(Jessica Coutinho)
Uma das grandes representações teatraisda antiguidade, a tragédia “Prometeu Acorrentado”, de Ésquilo (525-455 a.C), éde significativa importância, além de literária, filosófica, pois trata dapunição do deus - Prometeu-que dá o fogodo céu aos humanos. Como se sabe, filosoficamente, o fogo é tido como umaalusão a um mundo de ideias e descobertas, à capacidade de criar e indagar quetemos, além da evolução histórica do homem após o seu descobrimento e uso. O enredo da tragédia é bem simples eobjetivo, pois esta é escrita em forma de peça que, apesar de apresentardiálogos extensos e fechados, não deixa de exercer no leitor uma influenciaatrativa, fazendo-o viajar na leitura de forma quase imperceptível, pois quandomenos se espera já se está na ultima cena. A peça conta o malogro do deus Prometeuque está sendo condenado por Júpiter - “o deus dos deuses” - por ter roubado ofogo dos céus, concedendo-o aos mortais. Considerado como um infame traidor aosdeuses, Prometeu tem como expiação seu corpo acorrentado às montanhas da Cítia,sendo sua companhia o coro indignado e lamuriadoformado pelas Ninfas... Ao longo das cenas podemos observar a importância doelemento fogo tanto para os homensquanto para os deuses – além de adentramos na mitologia grega como um todo, naspassagens referentes a oráculos, semideuses, etc. É na temática do fogo que a filosofiaentra para refletir sobre essa obra com as seguintes questões: “por que puniràqueles que tentam desmembrar o mundo das trevas com uma luz - fogo- quesimboliza o pensar e o criticar?” “Por que os que tentam ajudar são sempre mal interpretados?” E Júpiter, por que não compara-lo aos opressores e gananciosos?Sim, pois pensar e questionar é tomar ciência de algo e a opressão disto nadamais é do que excesso de posse.. Com essas pequenas questões podemosexplanar uma série de situações do homem na sociedade que se enquadram nasituação de Prometeu e aí vemos opapelda filosofia em conjunto com a sociologia e a literatura. Èsquilo, assim comodezenas de outros escritores/filósofos de sua época, para os quais a sociedadeatual era algo inimaginável, já traziam em suas obras - sejam elas com rotulode filosóficas ou não –um embasamento crítico atemporal, sobre o qual podemosencontrar fatores que, através de reflexões e estudos, podem auxiliar na construção depensamentos e ações de cidadãos de consciência critica e argumentativa. Nesse sentido podemos observar a importânciadas obras da antiguidade, a importância do texto em si, independentemente da épocaou do gênero textual. Todo o material que tenha caráter reflexivo estácompreendido na filosofia, principalmente na filosofia de ser que é diferente de doser. Mas este já é outro argumento pra outro debate.
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