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Diário de Minha Vida
(José Guimarães)

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Quando se é adolescente, a gente começa a escrever um diário pensando colocar no papel nossas alegrias, nossas aflições. Mas depois o tempo passa e descobre que de nada adianta escrever num caderno, palavras esparsas que nunca ninguém vai ler. O caderno se amarela com o tempo e a gente envelhece. Porém, os escritos permanecem lá.Foi o que fiz, durante boa parte de minha adolescência e do início de minha vida produtiva, até não ter mais tempo para escrever e abandonar o diário.Hoje, no entanto, com uma dor muito grande no corpo, vontade de tomar vários remédios de um só ver a ver se morro mais depressa, pensar me livrar do diário. Todavia, jogar os cadernos no lixo não me satisfariam. Então, decidi rasgar suas folhas aos poucos. Só que, antes, e enquanto der, transcreverei o que escrevi no caderno aqui. Assim, você pode julgar se o que escrevi valeu a pena ter escrito ou não.Então, vamos lá:Cuiabá 16 de dezembro de 1970.Às dezesseis horas deste dia eu estava com os companheiros no pátio interno do 16º. Batalhão de Caçadores. Estávamos em trajes esportes, pois despedíamos da fileira militar. Depois de um ano de lutas, de sacrifícios e de sofrimentos, mas também de glórias e de alegrias, chegava ao fim essa etapa que considero o início da minha vida. "Agora eu sou um homem e posso fazer o que quiser." Suspirei aliviado.O medo à sobrevivência e obrigatoriedade de submissão aos meus irmãos e parentes, fizeram-me tomar uma decisão que considero a maior de toda a minha existência. Queria sair pelo mundo afora, à procura de melhores condições de vida, de trabalhos que não fossem pesados e que rendessem mais que os da minha tão adorável cidade.A família, contudo, seria o empecilho. O medo do fracasso viria depois. Mas, mesmo assim, enchi de coragem a bagagem e decidi partir.A cidade escolhida para as minhas aventuras foi São Paulo, pois o seu desenvolvimento era grande demais e me atraía muito. Mas nela eu não conhecia ninguém; não tinha nenhum amigo; nem parentes; somente o Instituto Monitor sabia o meu nome, porque estudei a arte de consertar rádio e televisão, por correspondência.



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