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Rei Édipo
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A tragédia grega Rei Édipo foi escrita por Sófocles, no século V a.C., mais ou menos em 427 a.C., coincidindo com o início da Democracia, numa altura em que o ramo do Direito precisava de evoluir e começar a distinguir os vários tipos de crimes, nomeadamente os condenáveis e não condenáveis.
E é neste contexto que aparece o Rei Édipo, como sinal da mudança a nível político, judicial e cívico (tentando ampliar o ângulo de visão das pessoas que, tal como a justiça, consideravam qualquer acto criminoso punível, mesmo sendo em legítima defesa ou feito sem o autor do acto ilícito ter consciência) e, por fim, num contexto religioso começa-se a assistir, em Sófocles, à secularização ou laicização do teatro grego que terminará com Eurípedes.
Ir ao teatro, na Antiga Grécia, era uma prática cívica constante. O Estado motivava essa prática pagando despesas do espectáculo e ao até ao público.
Lá, no teatro, o povo debatia questões da polis, política, filosóficas e religiosas. O Homem já pensava por si próprio, mais afastado dos deuses e do divino, distinguindo as manifestações humanas e da própria Natureza das manifestações dos deuses (visto que antes tudo acontecia pelas mãos divinas), conseguindo tomar as suas próprias decisões (não em tudo, pois os oráculos continuavam a fazer parte da vida e ainda tinham utilidade). No entanto, os homens continuavam a ser vítimas do destino, tal como aconteceu com Édipo que apesar de ter tentado escapar às previsões do oráculo (primeiro com o pai verdadeiro que o quer matar e com a própria mãe que o abandona e mais tarde quando Édipo abandona os pais adoptivos, julgando serem os de sangue, devido ao medo de a previsão se concretizar), a profecia realizou-se: Édipo matou o pai e cometeu incesto com a mãe.
Assim sendo, por mais que se fuja, o destino continuava a esbarrar-se com a pessoa, mesmo que o Homem escolhesse os seus caminhos, independentes dos deuses, mas o fim acabaria por ser o mesmo, por mais curvas que haja.
Uma marca da autonomia do Homem em relação aos deuses aparece quando Jocasta critica e menospreza as artes divinatórias dos oráculos.
Com a evolução do Direito, passou-se a separar o que era punível pela religião, mas compreensível e perdoável pela justiça humana, como por exemplo: se Édipo matou o pai por legítima defesa (o que é perdoável), a religião já o condena e considera puro parricídio.
A nível estético, Rei Édipo é, nas palavras de Aristóteles, a “mais bela de todas as formas de reconhecimento” no que concerne à essência de mito e acção, em conjunto com a peripécia, causando o terror e a piedade com um intuito catártico. A forma lírica como tudo é exposto faz-nos imaginar toda a acção e sentir tais emoções e é isso que Aristóteles também elogia em Édipo-Rei, porquanto não ser o espectáculo cénico que transmite o terror e piedade mas a “íntima conexão dos actos”. Ao mesmo tempo, a exaltação da palavra e os trocadilhos feitos através da polissemia de algumas palavras, ou seja, a sua ambiguidade no que se traduz ao sentido e significado que lhe são dadas, podendo as mesmas palavras terem interpretações diferentes e foi isso que Sófocles fez propositadamente.


Bibliografia

· Dossier de cena do espectáculo Rei Édipo, co-produzido pelo Teatro Nacional D. Maria II/ Artistas Unidos, em colaboração com a Orquestra de Câmara Portuguesa.



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