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Contextualização da da recepção da peça "Rei Édipo" de Sófocles
(Aristóteles; Brockett G. Oscar; Jean Pierre Vernant/Pierre Vidal Nacquet; Sófocles)

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A tragédia surge
no final do século VI a.C. e nela expõem-se perante um público temáticas e
personagens que são o ponto fulcral da reflexão sobre a mentalidade de uma
época caracterizada pelo uso da filosofia e na qual nasce a democracia que,
perante as instituições políticas e, sobretudo pelo surgir do direito, tenta
distinguir o crime digno de absolvição do crime merecedor de punição. Este
período pauta-se ainda por valores morais e religiosos tradicionais que foram
mitificados pela figura dos heróis e que a tragédia ao glorificá-los (de certa
forma) também os questiona. O carácter cívico da tragédia é encontrado
especialmente na maneira como esta faz o público do teatro grego reflectir
sobre os conflitos internos sociais e especialmente sobre a sua a sua condição
enquanto ser humano dono da consciência de si próprio e que exerce o seu direito
na polis. Desta forma, Rei Édipo, enquanto tragédia, exprime uma interrogação angustiada sobre a relação do
homem com os seus actos, segundo Jean Pierre Vernant e Pierre
Vidal-Nacquet .

Supõe-se
que a primeira representação de Rei Édipo
tenha tomado lugar depois de 430 a.C., altura em que a cidade foi atingida por
um surto de peste, acontecimento este que é parte do enredo da peça. Esta foi
uma obra considerada das tragédias gregas mais perfeitas da Antiguidade
Clássica e citada variadas vezes na Poética
aristotélica. Aristóteles considera que a tragédia deverá ser uma imitação
de uma acção de carácter elevado representada por actores e que suscite no público
o terror e a piedade, culminando na purificação destas emoções (catarse). Desta
forma, em Édipo é o herói trágico exemplar por ser um homem que, sem se
distinguir pela sua superioridade ou justiça e que não é mau nem perverso, mas
cai na desgraça devido ao seu próprio erro. Segundo Aristóteles, isto acontece
a homens no apogeu da sua fama e prosperidade. Édipo pertence a uma classe
social alta e para fugir ao destino acaba por cumpri-lo pois comete assassínio
e incesto sem ter conhecimento dos seus actos. Aristóteles considera ainda que
a tragédia deve ser constituída por seis partes: o mito; o carácter da
personagem, o pensamento, que se regula pela política e pela oralidade; a
elocução, pela expressão dos pensamentos através das palavras; a melopeia e o
espectáculo. O mito, a composição dos actos, tem um papel fundamental uma vez
que dele fazem parte a peripécia, o reconhecimento e a catástrofe. A peripécia,
resume-se pela mutação dos sucessos no contrário, o que em Rei Édipo se pode constatar na cena em que o Mensageiro que vem com
o propósito de tranquilizar o soberano e de o libertar do terror que sentia
face aos laços paternais, ao descobrir quem era ele na verdade, causa o efeito
contrário. O reconhecimento, pauta-se pela passagem do ignorar ao conhecer,
através da amizade ou inimizade das personagens que estão destinadas a cumprir
o seu destino e que, provoca a catarse. Édipo, juntamente com a peripécia da
obra, passa do desconhecimento a saber a sua verdadeira história e, assim
constata a concretização da profecia do Oráculo nas suas acções. O
reconhecimento deriva então da própria intriga, de forma natural. A catástrofe
sintetiza-se pelo mito dever ser composto de maneira a criar no público os
sentimentos de terror e piedade e, desta forma, a tragédia sofocliana é mais
uma vez exemplo pelo seu final trágico no qual Jocasta se suicida e o rei Édipo
se pune, cegando-se após saber a verdade sobre a sua identidade e sobre os seus
actos.

Rei Édipo de Sófocles é então
considerada um dos grandes exemplos da tragédia grega, por Aristóteles por
estar de acordo com as suas regras estabelecidas na sua Poética, e pela
contemporaneidade pois para além de ter sobrevivido ao tempo e continuar a ser
representada, coloca questões que são pertinentes ainda nas sociedades actuais
e ainda no ser humano de hoje, quer do ponto de vista ético, social ou cultural.



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