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Consumo, logo existo!
(Zygmunt Bauman)

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Ler Bauman é sempre uma experiência desafiadora. O seu dom mais precioso é ser capaz de penetrar profundamente no mundo social, que aparece na sua natureza mais óbvia, para fazer-nos ver significados difíceis de entender porque tão quotidianos e tão óbvios. Na sociedade de consumo da modernidade líquida, não há líderes nem hierarquias, pois o consumo é uma atividade solitária, mesmo quando ocorre em conjunto. A sociedade dos consumidores aspira à satisfação dos desejos de consumo mais do que qualquer outra sociedade do passado, mas, paradoxalmente, tal gratificação deve continuar a ser uma promessa e as necessidades não devem ter fim, porque a satisfação plena resultaria numa estagnação econômica. O contraaltar do “homo consumens” é o “homo sacer”, o pobre que, por falta de recursos, foi expulso do jogo como consumidor deficiente ou "avariado". A miséria dos excluídos não é mais considerada uma injustiça a ser corrigida, mas o resultado de uma pecado individual: assim, as prisões substituem-se às instituições de assistência social. A contribuição que Bauman nos oferece, com as suas análises críticas, é repropôr a questão da acção moral: um acto intrinsecamente livre e, portanto, sempre em risco de falhar, mas que também é uma característica original do ser humano, na base do seu ser social e, finalmente, da sua sobrevivência como espécie. Outrora - na fase sólida da modernidade - a "sociedade dos produtores", época de massas, regras vinculativas e poderes políticos fotes. Os valores que a regiam eram segurança, estabilidade, durabilidade. Esse mundo desmoronou-se e agora vivemos na "sociedade de consumo", cujo valor supremo é o direito-obrigação da "busca da felicidade", uma felicidade instantânea e perpétua que não deriva tanto da satisfação dos desejos quanto da sua quantidade e intensidade . No entanto, diz Bauman, em comparação com os nossos antepassados, não somos mais felizes: quando muito, mais alienados, isolados, muitas vezes perseguidos, drenados por vidas agitadas e vazias, forçados a participar numa competição grotesca para a visibilidade e o status, numa sociedade que vive para o consumo e transforma tudo em mercadoria. Mas tudo, até os próprios consumidores. Não obstante estamos no jogo e nãos nos rebelamos, nem sentimos qualquer impulso para fazê-lo. Para o filósfo Decartes a máxima era “cogito, ergo sum!” (“penso, logo existo”. Na sociedade dos consumidores a máxima é “Consumo, logo existo!”. Falsa ilusão.



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