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Bicho de 7 cabeças
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Bicho de sete cabeças

Laís Bodansky



O filme conta a
história de Neto, um jovem que é colocado no manicômio pelo próprio pai
diversas vezes por consumo de drogas, rebeldia e inadeqüação ao sistema,
internações essas que acabam por inutilizá-lo pelo resto da vida pois o
decorrer de suas insternações o personagem se encontra cada vez mais
auto-identificado com a loucura, a se reconhecer como louco e a fazer parte do
ambiente do hospício.

Da repressão do
pai às repressões do manicômio o caminho de Neto parece uma trilha entre um
inferno dantesco e uma viagem dolorosa e absurda, causada pela ignorância e
falta de diálogo dentro da família de classe média baixa muito preocupada em
manter as aparências.

Bicho de sete
cabeças se torna mais terrível não ao nos lembrarmos de que se trata de uma
história real, mas por concentrar milhares de histórias reias dado o tom de
denúncia que a diretora Laís Bodansky imprime intensificando a contundência da
denúncia a amplificando a história contada. Os diálogos enxutos e cotidianos
nos levam para um naturalismo quase que improvisado harmonizando as
interpretações. A montagem ágil embalada pelas músicas de André Abujamra e
Arnaldo Antunes acentua o clima de delírio e de memória.

Sob esses pontos
de vista podemos concluir que Bicho é um filme de denúncia com um forte apelo
documental e biográfico, que através do drama pessoal busca desmacarar uma
realidade de horrores. O filme denuncia uma situação e luta anti-manicomial já
conhecida por todos, inclusive luta ainda hoje do próprio autor de Canto dos
Malditos – Carrano, é um tom de denúncia que busca sua própria denúncia dentro
de uma estética naturalista pensada e calculada. Vemos os personagens, nos
identificamos e emocionamos com suas tragédias pessoais.

O suposto retrato
desse realidade manicomial se transforma na ferramenta que Laís utilizará ao
longo de sua narrativa. Nas primeiras imagens já fica clara a intenção de
chocar, vemos um garoto injustiçado, seu pai ignorante, sua mãe ausente nas
decisões, e o amaldiçoado sistema que se alimenta de todos.

Estamos sendo
levados pela mão da diretora, a direção de fotografia nos leva por espaços e
tempos diferenciados e cada uma com uma particularidade que ressalta o estado
emocional do personagem. Porém essa linguagem de câmera documental parece cair
na armadilha de querer dar credibilidade ao que se vê como se o filme não
sustentasse o recorte da realidade que pretende fazer.



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