Resumo de Formação do profissional da informação - Marta Lígia Valentim

Como formar um profissional cuja área está em constante renovação? O re-posicionamento diário do profissional de CI é o assunto principal deste livro. O livro Formação do profissional da informação é uma organização de artigos feito pelaProf.Dr.Marta Valentim que reúne opiniões de vários autores sobre doisaspectos: a formação e o perfil do profissional da informação. Desde 1975 a Ciência da Informação tem sido colocada em primeiro plano emBiblioteconomia e o crescente interesse na aplicação das tecnologias dainformação, apesar da compreensão de que os computadores só manipulam símbolose portanto não são capazes de usar a informação, vem trazendo uma modificaçãointensa na formação do profissional da informação. Nesta obra os autores procuram contextualizar a história, o tipo e a situação da formação doprofissional de CI que se rendem, muitas vezes, as necessidades do mercado detrabalho. Isso traz dois pontos a serem observados, um que garante a colocaçãodo profissional por estar adaptado as exigências do mercado, também podedesacelerar sua performance científica, deixando de aprofundar seusconhecimentos nos fundamentos da própria disciplina. Como a tendência domercado é drasticamente sazonal estando em constante mutação se o profissionalseguir apenas tais requisitos corre o risco de ser ultrapassado por aqueles quecontinuam se aperfeiçoando. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo,porque são esses os que atravessam de um para o outro lado.” (Nietzsche emAssim falava Zaratrusta) A frase de Nietzsche nos faz refletir sobre o posicionamento do profissional, ou seja, acapacidade de aprender a conviver com o inusitado, com a constante renovação, jáque interage com uma tecnologia intensa; sendo capaz de atravessar para outrarealidade, de aplicação dos seus conhecimentos e do seu agir no trabalho. Tal assunto é objeto de discussão e com certeza de estudo de muitos pesquisadores da ABECIN –Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação, que através defóruns no país e oficinas regionais vem trazendo essa temática à tona paramelhorar a qualidade do processo formativo do profissional da área. Alguns assuntos abordados nos artigos reunidos nesta obra foram: Base conceitual para a formação do profissional – campo científico; estrutura curricular dos cursos de formação – graduação, pós, mestrado e doutorado; o exercício e a prática da profissão – reflexões teóricas sobre o campo de trabalho em CI e o mercado de atuação; tecnologias da informação e o impacto na área; competências e habilidades profissionais; conteúdo e prioridade de seu objeto e objetivos. Este último, ou seja, seus objetivos parecem trazer dificuldade paraserem determinados, justamente pela interação e forte impacto exercido pelatecnologia da informação, com elevado teor de inovação e em contínua mutação.Por isso seus objetivos estão também sempre sendo alterados, ou melhorsubstituídos por outros mais atuais. No momento pode-se definir que: “o objeto de estudo da ciência dainformação como campo que se ocupa e se preocupa com os principios e práticasda criação, organização e distribuição da informação, bem como com o estudo dosfluxos da informação desde sua criação até a sua utilização, e sua transmissãoao receptor em uma variedade de formas, por meio de uma variedade de canais.” Einformação pode ser definida como: estruturas simbolicamente significantes coma competência de gerar conhecimento para o indivíduo e para o seu meio. (Smit eBarreto, pág. 17e 18) Interessante observar que os objetivos de tal ciência estão nainterseção de três mundos (Leão, 1987): A. mundo subjetivo dos sistemas cerebrais, ou no universo da CI o mundo subjetivo dosconteúdos de informação, de sua geração e assimilação; B. mundo objetivo dos sistemas materiais, no contexto da área, reúne os aparatos,equipamentos e instrumentos com que opera; C. mundo cibernético, da velocidade igual ao infinito, do tempo e espaço zero. Sempre que tais mundos se modificam os objetivos da CI se deslocam eassim precisa haver flexibilidade e articulação do profissional para acompanhartais mudanças. Deve-se lembrar que mesmo acompanhando as necessidades do mercado o profissional devebuscar por si mesmo um aprimoramento constante não só a nível técnico comtambém pessoal.

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