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Lenda dos Sete Ais
(Lendas Portuguesas)

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Conta a lenda que quando Sintra ainda pertencia aos mouros, um dos primeiros cavaleiros cristãos a subir a serra foi D. Mendo de Paiva. Em meio à confusão da debandada geral, encontrou-se junto a uma pequena porta secreta por onde fugiram vários mouros da fortaleza. Entre eles viu uma moura muito bonita, acompanhada pela velha aia.
Ao avistar o cristão, a moura suspirou por se sentir descoberta, e a velha, que ainda não reparara no cavaleiro, apressou-se a pedir-lhe que não suspirasse. Porém, reparando no olhar da ama, seguiu-o e viu o inimigo, que sorridente lhe disse:
- Acaba o que ias dizendo!
A velha respondeu-lhe:
- O que tenho para dizer não serve para ouvires! Os cristãos já têm tudo o que queriam: os nossos bens, as nossas terras, o castelo. Vai-te e deixa-nos em paz!.
- Vai-te tu, velha! A moça é minha prisioneira!
A moura, ao ouvir tal coisa, suspirou novamente, de medo e comoção. A velha, ao ouvir aquele novo ai, achou que era melhor confessar o seu segredo ao homem:
- Não digas mais nada, cristão! Minha ama carrega desde o berço uma terrível maldição!...
- Como assim velha?!- perguntou o cavaleiro, ao mesmo tempo que a moura dava o terceiro suspiro.
- Ah, cavaleiro! Logo ao nascer minha ama foi amaldiçoada por uma feiticeira que odiava a sua mãe. Fadou-a a morrer no dia em que desse sete ais... e como vês, já deu três!
D. Mendo deu uma gargalhada, e a jovem outro ai.
- Não acredito nessas coisas! A partir de agora ambas ficarão à minha guarda. Eu quero para mim a tua bela ama!
A moura suspirou de novo e a velha, numa aflição sem limites, gritou:
- Ouviste, cavaleiro, ouviste?! É o quinto ai!
- Não tenham medo! Esperem aqui um pouco... Voltarei para vos levar a um local sossegado!
O cristão afastou-se e, assim que desapareceu dentro das muralhas, um grupo de mouros surgiu subitamente para roubar as duas mulheres. Com um golpe de adaga cortaram a cabeça da velha. A jovem, ao ver a sua velha aia morrer daquele modo inesperado e cruel, soltou um novo e dolorido ai.
Era o sexto, e o sétimo foi a última coisa que disse, no momento em que viu a adaga subir para lhe cair sobre o pescoço.
Quando pouco depois D. Mendo voltou com uma escolta, ficou tristemente espantado: afinal cumprira-se a maldição!
D. Mendo jurou vingança e a partir desse dia tornou-se o cristão mais violento que os mouros jamais encontraram no seu caminho.
Em memória da moura que desejara, chamou, àquele recanto de Seteais.
Ainda hoje, nos belos jardins de Seteais há um local onde se alguém disser um "ai" ouvirá um eco que o repetirá seis vezes, ouvindo-se assim sete ais em honra da moura que um dia lá morreu.



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