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Análise da peça "As Três Irmãs" de Anton Tchekhov
(David; Geoffrey; Jones; Tchekhov)

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A peça Três
Irmãs foi escrita por Tchekhov para o Teatro
de Arte de Moscovo em 1901. Constantin Stanislavski utilizou nas suas
encenações um estilo mais realista contudo sempre reconheceu a necessidade de o
misturar com outros estilos pois sentia que o seu sistema não estava completo e
continou em constante pesquisa até à sua morte.

Em As Três
Irmãs, as estações têm um papel de destaque. O seu primeiro acto tem o início na
Primavera onde há um despertar da natureza bem como das esperanças das três
irmãs Prozórov. Irina, Olga e Macha um ano após a morte do seu pai revivem os
seus sonhos, entre os quais está o desejo de voltar a Moscovo mais demonstrado
pelas duas irmãs referidas primeiro. Macha não considera possível o regresso a
Moscovo mas sonha com uma mudança na sua vida pois vive com dificuldade a
normalidade do casamento. O quarto e último
acto, passa-se no Outono e onde se pode relacionar a emigração das aves e o
cair das folhas com o levar dos sonhos destas irmãs.






O texto de
Tchekhov acaba por ser uma reflexão sobre a posição vulnerável das três irmãs
que, no final, são incapazes de enfrentar a arrogância de Natacha ou de se
determinarem a ir para Moscovo. O autor acaba por representar na peça, factores
representativos da sociedade do seu tempo, uma vez que, as três irmãs acabam
por representar a aristocracia russa enquanto Natacha e também a personagem
ausente Protopopov representam a crescente classe média urbana da altura.
Contudo, os irmãos Prózorov demonstram a sua educação erudita no facto de serem
conhecedores de línguas. Os irmãs vestem-se
de forma modesta (ao contrário de Natacha que no primeiro acto aparece com um vestido
berrante e sem gosto), são sensíveis e nada pretensiosas e, defensoras das boas
maneiras. Demonstram também generosas pois Olga retira roupas do guarda-fato
para dar às vítimas do incêndio, Macha afirma não suportar a rudez de certas
pessoas, facto que mais tarde Olga confirma também ao proteger Anfissa e
prometer-lhe que ninguém a abandonará dada a sua idade e falta de agilidade.
Por sua vez, Andrei, no primeiro acto, é mais profundo e poético nas suas
intervenções e no seu amor por Natacha enquanto que com o avançar da acção
passa a abandonar a sua carreira académica e a ser totalmente dominado pela
mulher e a perder-se no jogo com Tchebutíkin, ficando com dívidas e acabando
por hipotecar a casa. Símbolo desta decadência de Andrei é o facto de não parar
de engordar e de perder todo o seu esplendor bem como a morte do seu pai, o
general Prozorov, uma figura dominante e de forte influência no carácter do
filho.

A
decadência desta aristocracia a que pertencem as irmãs Prozorov pode também
estar representada subjectivamente na beleza que possuem no início da peça e
que se vai extinguindo à medida que a acção avança. Este declínio de uma classe
não é só mostrado através dos irmãos Prozorov mas também das outras
personagens. Tchebutíkin, o médico que acaba dominado pelo jogo e pela bebida e
que, possui um carinho especial pela família Prózorov por ter estado apaixonado
pela mãe das três irmãs, no terceiro acto, reflecte sobre a futilidade da sua
vida e o facto de já ter esquecido tudo culpando-se pela sua falta de cultura e
porter deixado que uma mulher morresse
às suas mãos por negligência sua [Ibiden:
204]. O barão Tusenbach, apaixonado por Irina a qual não o corresponde de
maneira tão profunda pois o seu desejo maior é ir para Moscovo, acaba por
morrer num duelo com Solióni, seu rival pela mesma mulher. Verchinin,
comandante de bateria, tem duas filhas e uma mulher louca mas acaba por se
envolver com Macha que já não se sente atraída pelo marido, Kuliguin, e vive
atormentada pela monotonia da vida de mulher casada.

Todas as
personagens das peças de Tchekhov sonham com uma vida melhor mas não chegam a
tomar a iniciativa para concretizar os seus objectivos, não compreendem os seus
próprios sentimentos e os seus discursos revelam-se um misto de emoções confusas.
Desta forma, o subtexto tem um peso considerável nas peças deste autor.
Tchekhov não julga as suas personagens, trata todas de forma tolerante e
compreensiva, acabando todas por terem o seu espaço. As suas peças não se
inserem em nenhum género dramático específico como a tragédia ou a comédia no
entanto, nelas podemos encontrar o cómico, o sério, a ironia e até a comoção.
Para acrescentar, não há uma a estrutura dramática tradicional uma vez que, a
peça é constituída por diálogos e monólogos entre as personagens que
transportam ideias acabadas por serem deixadas em suspenso. Estes discursos são
arduamente marcados pelas pausas, pelos silêncios, pelas mudanças de espírito
dos personagens que levam o espectador a identificar-se com o fluxo da
vida.



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