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Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna
(Celso Pedro Luft)

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LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade:por uma nova concepção da língua materna, 2001.Esta obra do especialista em Língua Portuguesa Celso Pedro Luft propõe uma reformulação do ensino da língua materna. Posto que o ensino tradicional da Língua Portuguesa presta um desserviço ao desenvolvimento da livre expressão falada e escrita dos alunos.Este desserviço se dá pelo enfoque tradicional ser no ensino do escrever "certo" em detrimento do exercício contínuo da língua viva. Tal equívoco resulta dos falsos conceitos de língua e gramática. Quanto a primeira, desconsidera que esteja em permanente evolução; evolução esta que decorre da interação dos diversos matizes da língua falada: diletos, gírias, neologismos, estrangeirismos, etc. Quanto a segunda ( a gramática), não se faz distinção entre gramática natural e gramática artificial.Sobre esta falsa base o ensino tradicional torna-se nocivo e até opressivo, uma vez que, encara o aluno como nativo que não conhece sua própria língua. Este diagnóstico pessimista é feito a partir de uma análise gramaticalista. Por outras palavras, a partir da gramática normativa encontradas nos livros.Portanto, o referido ensino provoca sequelas nos alunos, a ele submetidosequelas que os acompanharão por todas suas vidas: aversão à própria língua, crença na inacessibilidade linguística ( o idioma português escorreito é acessível apenas a alguns iniciados), bloqueio da expressividade linguística e criatividade verbal. Tudo isso porque a ênfase é na norma culta, formal, literária. (Não que esta seja imprópria). Esta postura incoerente origina-se do seguinte preconceito: apenas a variabilidade "culta", "especializada" e "policiada" é a legitima, sendo as demais manifestações linguíticas erradas.A linguística, ciência moderna, trouxe a descoberta da existência de duas gramáticas distintas: a gramática natural e a gramática artificial. A primeira é intuitiva, espontânea; a segunda, é normatização, esforço de racionalização das regras de fala. Aquela é assimilada por meio do convívio linguístico ante os diversos modelos de atos de fala nos primeiros anos de vida; esta é conscientemente aprendida, estudada. Uma tem a ver com a competência linguística universal (universais linguísticos), outra com a competência linguística particular ( línguas específicas: Português, Francês, Espanhol, etc.). O enfoque exclusivo na gramática artificial - aquela cuja razão de ser é tentar reproduzir a verdadeira gramática (natural) - causa grande prejuízo aos estudantes. Posto que, insiste, mecanicamente e repetidamente, na correção gramatical, ortográfica; desprezando aqueles aspectos do texto (redação) do aluno como: criatividade, ideias comunicadas, etc. Devido ao excessivo zelo purista se incuti nos alunos a obsessão pela correção, esquecendo-se que "o medo obsessivo de errar não permite à pessoa que ela se comunique bem, com fluência e natuiralidade" (2001, p.48). A gramática artificial é secundária, ainda que importante para o desenvolvimento linguístico do indivíduo. Assim o é porque é lacunosa, incompleta, por vezes, incoerente, porque não abarcar todo o processo intrincado de expressão verbal. O ensino coerente da língua deve levar os alunos a constatação de que as regras gramaticais são numericamente finitas (ao contrário do que querem fazer crer os especialistas); infinitas são as possibilidades de construções das frases, ou seja, são múltiplas as maneiras de elaborá-las. Tal constatação é um estímulo à criatividade verbal, especialmente escrita. A reformulação do idioma Português deve alicerçar-se no fato de que as crianças normais de 4 a 6 anos, os analfabetos e os povos ágrafos possuem a gramática interior, inata. Por outras palavras, trazem um "sistema de regras" devido sua constituição biológica que os habilita a se comunicarem claramente. Sem este não conseguiriam fazerem-se entender. Deste modo, os professores, cujo objetivo de sua existência é capacitar os seus alunos a tornarem-se promotores e construtores do desenvolvimento de seu "saber idiomático", precisam munir-se dos conhecimentos da linguística para o bom desempenho de seu papel. Esta ciência afirma que: (1) Somos programados para falar; (2) Toda pessoa sabe a língua que fala; (3) as crianças normais, de quatro a seis anos, já chegam à escola com a verdadeira gramática: a gramática interior, completa, implicita, que as faz conhecedoras de seu idioma e capazes de aperfeiçoarem-se linguisticamente. Elas devem ser consideradas adultos linguísticos por serem capazes de manipular naturalmente o básico da gramática de sua língua. É o que se chamaprecocidade gramatical. Devem também ter noção de que (4) os seres humanos são dotados de uma gramática genérica ( "conjunto de fatores biologicamente determinados, e não intencionalmente ensinados"), do (5) o relativismo linguísitico que postula não existir gramática fechada, completa, absoluta, que dê base ao purismo tradicional e asfixiante.O ensino da Língua Portuguesa precisa alicerçar-se sobre "intenso treinamento" na leitura, interpretação e redação de textos, objetivando a expansão e desenvolvimento da capacidade de expressão, tanto falada, quanto escrita. Para que este objetivo seja alcançado, requer que os professores lancem mão de todos os recursos disponíveis: estudos de vocabulário, semâtica, sintaxe mais elaborada, técnicas de expressão, redação criativa, leitura de clássicos, etc.Importa, contudo, evitar a concentração excessivamente em teorias, que, ao contrário do que se pensa, contribuem para confundir os alunos. Deste modo, a intenção do ensino linguístico é a partir daquilo que o aluno já sabe (gramática interior, inata), conduzi-lo ao crescimento da aptidão comunicativa, primeiramente, da fala, depois, da escrita.Assim, partindo do patrimônio linguístico, com o qual o aluno chega na escola, deve-se possibilitar que ele adquira a autoconfiança necessária para progredir no domínio de sua língua materna, com segurança, sem inibições criativas. A comunicação clara, eficiente e polida.Quem fala uma língua sabe muito mais do que aprendeu. (Chomsky)Avalie o resumo e envie saus críticas e sugestões para meu e-mail: [email protected] Muito obrigado!



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