Ansiedade e Stress
(Jeremy Coplan)
Para investigar a base genética dos transtornos de ansiedade (TA) têm sido utilizados, essencialmente, três enfoques: estudos de gémeos, de famílias e de segregação.
Os estudos de gémeos investigam a concordância dos TA em gémeos monozigóticos em comparação com os gémeos dizigóticos do mesmo sexo. Quanto maior é o rácio entre os dois grupos maior será a contribuição genética do transtorno. Nos estudos de famílias são comparadas familiares de pacientes com TA e familiares de uma população control. Quanto maior o rácio entre os dois grupos mais forte será a base genética do transtorno.
Os estudos de segregação são realizados em populações segregadas com a presença de determinado transtorno.
Há um debate científico relativamente a estes métodos de investigação e diagnóstico, uma vez que a génese dos transtornos tal como são indicados no DSM-IV e CID-10 é, em muitos casos, heterogénea, multifactorial, com interacções complexas entre factores genéticos e ambientais. No entanto, os estudos genéticos trazem um contributo importante para a compreensão dos TA, permitindo melhorar terapias farmacológicas e determinar a importância da psicoterapia em determinados pacientes.
Os estudos realizados têm concluído que os sistemas Noradrenérgico e o de Factor Libertador de Corticotropina (FLC) serão os principais responsáveis pela activação física e mental característica do stresse e da ansiedade.
Os neurónios noradrenérgicos, com origem no Locus Coeruleus (LC), e outros núcleos noradrenérgicos são activados durante o stresse, enviando mensagens a regiões corticais e subcorticais que se sabem mediar as respostas ao medo.
Os corpos celulares, terminais e receptores do FLC afectam as estruturas implicadas na respostas as medo: NPV, NCA e NA lateral.
Por outro lado, as investigações indiciam que há interacções entre os sistemas FLC e LA-NA, dado que existem relações recíprocas que permitem regularizar as actividades dos dois sistemas.
Estas hipóteses neurobiológicas permitem perceber quais as substâncias que estimulam a resposta ao medo (activação psico-fisiológica) e quais as que a retraem, tendo consequências ao nível do tratamento.
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