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Herança esquizofrénica?
(Jerónimo Ruiz; Ângela Cuadrado)

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A Psiquiatria começou a introduzir-se na investigação genética depois da demonstração em estudos epidemiológicos da influência que a herança teria no desenvolvimento de transtornos mentais. Os achados do grupo de Kety na década de 60 sobre uma representação de esquizofrénicos adoptados, que mostrava uma maior incidência de familiares biológicos com esquizofrenia, assinalam o início do reconhecimento do componente hereditário neste e noutros transtornos, confirmado e quantificado posteriormente em estudos com famílias, gémeos e adoptados de diferentes patologias. A partir destes dados a genética molecular começou também a ser aplicada à Psiquiatria na tentativa de identificar os genes causadores das doenças mentais. Foi concluído que alterações no material genético afectam a estrutura ou o metabolismo celular, daí resultando o desenvolvimento de uma determinada doença. No entanto, a acção dos genes nem sempre explica de forma decisiva a etiologia de doenças como a esquizofrenia ou o transtorno bipolar, pelo que se deve considerar outros factores de risco como os ambientais para o desenvolvimento das mesmas. Falamos do modelo de herança “multifactorial”, no qual a acção dos genes se considera um elemento necessário mas não suficiente no desenvolvimento deste tipo de doenças.
A investigação sobre as bases genéticas das doenças psiquiátricas é provavelmente uma das principais fontes de evidência sobre a importante influência que os factores ambientais têm no desenvolvimento dos transtornos mentais. A investigação genética em Psiquiatria é assim dificultada pela complexa interacção entre factores ambientais e genéticos. Entende-se aqui como factores ambientais todos aqueles que não são estritamente hereditários, incluindo possíveis factores biológicos pré ou pós natais, acontecimentos estocásticos no ADN e todas as experiências psicossociais desde as primeiras etapas do desenvolvimento.
Em relação à evolução da esquizofrenia nos países desenvolvidos e naqueles em vias de desenvolvimento poder-se-ia pensar que o prognóstico se revela mais favorável no caso dos primeiros, simplesmente porque neles existem mais recursos financeiros para a saúde mental e os doentes têm um acesso mais facilitado a tratamento farmacológico e psicoterapêutico. No entanto, a afirmação leva a considerar outros factores meramente ambientais como o suporte sócio-familiar, mais presente nos países em vias de desenvolvimento, onde os níveis de marginalização da doença são menores, e o estilo de vida - o stresse e o consumo de estupefacientes têm taxas superiores nos países desenvolvidos. Por outro lado há que ponderar a não homogeneidade de critérios na metodologia utilizada nas investigações, o que pode dificultar a interpretação dos resultados obtidos.



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