Resumo de O Novo Desenvolvimentismo e a Ortodoxia Convencional -

O autor do artigo nos diz que “Desenvolvimentismo” foi a denominação dada a estratégia nacional dos países dependentes, que só desencadearam sua industrialização a partir da década de 1930, ou então depois da Segunda Guerra Mundial. Seu desenvolvimentismo era nacionalista porque, para se industrializarem, os países precisavam formar seu Estado nacional. O nacionalismo presente no desenvolvimentismo era a ideologia da formação do Estado nacional: era a afirmação de que, para se desenvolverem, os países precisam definir eles próprios suas políticas e suas instituições, sua estratégia nacional de desenvolvimento, e o antigo desenvolvimentismo estava baseado na substituição de importações, com intenção de proteger a industria nacional, e com isto estimular o desenvolvimento da industria e melhorar a relação capital-trabalho, com isto estava formada uma estratégia de desenvolvimento e a forma pela qual especialmente o Brasil se utilizou para poder competir com os países mais ricos.
Na estratégia do Antigo Desenvolvimentismo esta contemplada a defesa que o Brasil utilizou para defender-se de pressões externas e especulações do capital estrangeiro sendo aplicado no território nacional, porem sabemos que na pratica não é e não foi possível de todo voltar-se completamente a produção nacional, até porque a industria nacional estava aquém tecnologicamente de produzir e de competir com produtos produzidos por países mais avançados tecnológicamente, isto sem falar que na crise econômica dos anos 1970-80 com indefinições na política econômica no Brasil com juros altíssimos.
Reformular o Desenvolvimentismo, é reformular idéias, é construir uma nova ideologia que abrangesse a sociedade e esta estivesse unida, que houvesse um acordo nacional, chegado a um consenso, todos saem fortalecidos, tanto o estado, quanto trabalhadores, industria, isto é o Novo Desenvolvimentismo, ou seja uma nova estratégia nacional de desenvolvimento.
Pensar em desenvolvimento é tambem pensar em capitalismo globalizante, estamos inseridos num panorama mundial competitivo, podemos afirmar com certeza que a industria nacional de hoje esta em condições de competir com a industria estrangeira tecnológicamente, porem ainda há de serem tomadas medidas profundas no que diz respeito a tributação e o custo mão de obra, basta ver que a industria chinesa invade o mundo derramando produtos produzidos com mão de obra baratíssima, portanto pensar em exportar produtos manufaturados para países como a china implica numa reforma tributaria urgente.
Comparativamente da saída do Antigo para entrada no Novo Desenvolvimentismo foi um amadurecimento ideológico, oriundo da prática desastrosa de medidas do passado saindo do pessimismo protecionista para exportador realista, equilibrante combativo aos efeitos destrutivos da inflação, com espírito reformista, com um estado mais forte e competente.
Na pratica ainda hoje estamos buscando atingir melhores níveis de eficiência nas funções do estado, que ainda deixa a desejar, falta controle e transparência nas contas do governo, a reforma tributaria que não sai, falta vontade política, falta pressão por parte das industrias e trabalhadores, a coesão destas duas frentes podem garantir uma reforma que se faz necessária, com o ganho de consciência que esta em formação desencadeara as mudanças necessárias, construindo uma ideologia de desenvolvimento independente e de personalidade refrataria a pressão de ideologias externas. As questões importantes não são levadas a sério, não há vontade politica, a vontade nasce a partir da pressão que as industrias, trabalhadores e comunidade fazem sobre os parlamentares, os politicos em geral ainda agem com espirito auto-colonialista, esperam que a pressão exerça influência como aos empurrões, não há idealismo nacionalista, falta paixão verde amarela.

(BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. “O Novo Desenvolvimentismo e a Ortodoxia Convencional”. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n.3, jul/set 2006, p. 22.

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