Resumo de O Diabo e o Granjeiro

Um humilde lavrador queria construir a casa de sua pequena granja, mas não conseguia, pois o que ganhava mal dava para alimentação dele e da esposa. Não conseguia juntar o necessário para começar a construção, por mais economia que fizesse.Um dia, caminhando pelo seu terreno, mergulhado em tristes pensamentos, encontrou um velho esquisito que lhe disse:- Pare de se preocupar, homem. Eu posso resolver o teu problema antes do primeiro canto do galo, amanhã cedo.- Como assim? – espantou-se o lavrador.- Você quer construir a casa da granja, certo? Pois eu me encarrego de construir e entregar essa obra, antes do canto do galo, em troca de uma pequena promessa tua.- Que promessa? Nada tenho para te oferecer.- Não importa; o que desejo que me prometas é um bem que você tem, mas ainda não sabe. É topar ou largar.O granjeiro pensando que nada tinha a perder, sem hesitar, respondeu ao velho que aceitava o trato.- Mas quero ver a casa da granja construída, amanhã, antes do canto do galo – observou, ainda incrédulo.Correu para comunicar à esposa o bom negócio que acabara de fechar. A mulher ficou horrorizada:- Você é louco, marido! Acabou de prometer ao velho, que só pode ser o próprio diabo, o nosso primeiro filho, que vai nascer daqui a alguns meses!O homem, que não sabia da gravidez, pôs as mãos na cabeça, mas não havia nada a fazer: o pacto estava selado.Porém a mulher, que não estava disposta a aceitá-lo, ficou pensando num jeito de frustrar o plano do diabo. Naquela noite, não conseguiu dormir, ficou o tempo todo escutando, apavorada, o barulho que o demônio e seus auxiliares faziam, na construção da obra, com espantosa rapidez. Pouco antes de o céu clarear, quando faltavam apenas umas poucas telhas para a conclusão da casa, a mulher pulou da cama e, rápida e ágil, correu até o galinheiro, onde o galo ainda não despertara. Tomando fôlego, imitou o canto do galo, com tanta perfeição, que todos os galos da vizinhança lhe responderam com um coro sonoro de cocoricós, momentos antes do romper do dia.Como um trato com o diabo tem de ser estritamente cumprido, tanto pela vítima como por ele mesmo, a obra em final de construção teve de ser parada naquele mesmo instante, por quebra de contrato “antes do primeiro canto do galo”.O diabo, espumando de raiva por se ver ludibriado, voltou para o inferno, junto com seus acólitos, para nunca mais voltar àquele lugar.Mas a casa permaneceu construída, para alegria do granjeiro, faltando apenas umas poucas telhas que jamais puderam ser colocadas.

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