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Clara Nunes - A Inesquecível Guerreira
(Angela Pinho)

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Nos 40 anos que a vida lhe deu, enfrentou a orfandade precoce; lutou pela emancipação da mulher; resgatou autores esquecidos; revelou novos. Corajosa, afirmou, definitivamente, nossas raízes africanas.
A música que Paulo César Pinheiro fez para ela diz: sou a mineira guerreira, filha de Ogum com Iansã. Ogum, orixá guerreiro; Iansã, senhora do vento e da tempestade. Clara foi lutadora como as divindades que cultuava. "Sinto Deus no momento de cantar", dizia. Nasceu em 2 de agosto de 1942 em Paraopeba, hoje Caetanópolis. O pai, Mané Serrador, era violeiro das Folias de Reis. Quando morreu, a mãe logo o seguiu: "Um caso típico de morrer de amor. Eu também seria capaz", disse mais tarde Clara, órfã aos dois anos. Aos 14, começa a trabalhar como tecelã. À noite, faz o Curso Normal, seria professora. Na música, se inicia bem cedo. Aos dez anos, ganha o primeiro prêmio: um vestido azul. Aos domingos, canta na missa ladainhas em latim. Em 1960, vence um concurso na Rádio Inconfidência. Três anos depois, ganha o programa “Clara Nunes Apresenta”, na TV Itacolomi. Logo gravaria o primeiro LP “A Voz Adorável de Clara Nunes” que trazia boleros rasgados. "Eu cantava Besame Mucho com um castelhano muito fajuto."
A guerreira já combinava de forma harmoniosa beleza com personalidade forte. "Não tenho medo de nada. Eu sou mulher. Eu sou tudo muito. Sou feminista pela emancipação da mulher. Mas, - pelo amor de Deus! - a feminilidade vamos manter." Deixa a fama em Minas, vai para o Rio e muda sua rota musical. ”Você Passa e Eu Acho Graça”, de Ataulfo Alves e Carlos Imperial, marca sua entrada no samba. Para sempre. Entra na década de 70 com grandes sucessos. “Ê Baiana”; “Clarice”, presente de Caetano Veloso; “Conto de Areia”. É arrebatada por duas grandes paixões: Candomblé e Portela. Em 1974, vai a Cannes e ganha uma flor do cantor Charles Aznavour. No ano seguinte, lança Claridade e desmente a máxima: "mulher não vende disco"; com mais de 400 mil cópias, o LP é campeão de vendas no país. Casa com o compositor e poeta Paulo César Pinheiro, criador de muitas das canções que imortaliza. “Canto das Três Raças”, por exemplo.No inicio da década de 80, Clara recebe homenagem de Chico Buarque: “Morena de Angola”. Dois anos depois, grava “Nação”, composição de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio. "Esse disco talvez seja mais político e, por isso mesmo, por eu dizer todas as minhas verdades, esteja mais límpido e coerente", conta ela. Não imagina que seria o último lançamento. Não temia o futuro: "Não tenho medo de morrer e muito menos de envelhecer. Quero ficar uma velha da pesada. Rosto corado de ruge, participando de tudo, com batom e muitas pulseiras." Em 1983, procura uma clínica para uma simples cirurgia de varizes. Reage mal à anestesia e entra em coma. Depois de 28 dias, a guerreira perde a última batalha. Mais de 50 mil pessoas vão ao velório despedir-se da deusa, na sede da Portela - hoje Rua Clara Nunes, morada do samba.



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