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Analise comparativa do Brasil em relaçao ao Chile
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Analise comparativa do Brasil em relação ao Chile.
Em uma América Latina que não acha o caminho para o desenvolvimento, o Chile encontrou uma fórmula econômica de sucesso. O maior desafio de todo país em desenvolvimento é um dia deixar de sê-lo. No decorrer do século passado, poucos conseguiram ultrapassar a linha que os separa das nações desenvolvidas. Na América Latina, o Chile é o único que encontrou o caminho. A economia chilena cresce à taxa média de 5,5% há vinte anos, estabilidade que não se vê em outros países da região. Nesse período, a proporção de chilenos vivendo abaixo da linha da pobreza caiu à metade, enquanto no restante do continente o número de pobres permaneceu, em média, inalterado. Se mantiver esse ritmo de crescimento por mais uma dúzia de anos, o Chile alcançará renda per capita similar à de Portugal e à da Grécia, nações situadas no patamar mais básico do Primeiro Mundo. A questão levantada pelos dados acima é a seguinte: a experiência chilena pode servir de modelo para os vizinhos, inclusive o Brasil? A resposta: os princípios básicos que norteiam o desenvolvimento chileno – a democracia, a boa governança, a economia de livre mercado, o investimento em educação e a busca de acordos comerciais. com o maior número possível de parceiros, sobretudo com os ricos – são universais e servem muito bem para países grandes e pequenos da América Latina. Até para um gigante como o Brasil, com população e território onze vezes maiores e uma economia que tem oito vezes o tamanho da chilena. O que o Chile tem de especial, em comparação com as outras nações latino-americanas, é um consenso entre os políticos sobre o modelo econômico capaz de manter o país no rumo certo. A esquerda e a direita chilenas estão de acordo em quase tudo o que se refere à economia e reservam a discussão para questões que envolvem valores morais, para como lidar com os crimes da ditadura que dirigiu o país de 1973 a 1990 e para um ou outro detalhe sobre leis trabalhistas e tributárias. Essas são as diferenças básicas entre os dois principais pré-candidatos à eleição de dezembro deste ano para a Presidência – Michelle Bachelet, do Partido Socialista, e Joaquim Lavín, da União Democrática Independente. Bachelet é candidata da Concertación, coalizão de centro-esquerda. Lavín é da Aliança, coalizão de centro-direita. Em economia, os dois pensam quase igual. Eles defendem a estabilidade da moeda, o livre mercado, a responsabilidade fiscal e a assinatura de acordos comerciais com um leque amplo de países. Essa unanimidade – que vem desde 1990, quando o país começou sua transição da ditadura para a democracia – traz duas vantagens. Primeiro, garante a continuidade das medidas econômicas, o que permite fazer planejamentos a longo prazo. Uma das principais conquistas dessas medidas foi o controle da inflação, de apenas um dígito há dez anos. Segundo cria um ambiente de negócios seguro, que estimula o crescimento econômico. Como as regras do jogo são respeitadas e mantidas de um governo para outro, os empresários, nacionais ou internacionais, não relutam em investir lá. Não à toa, o Chile é considerado o país da região com o menor risco para investidores externos. Foi essa estabilidade que permitiu aos chilenos serem os latino-americanos que menos sentiram os efeitos das crises econômicas que abalaram as economias capitalistas interligadas na segunda metade dos anos 90. o mais surpreendente talvez seja o fato de que o modelo econômico de Lagos – e de todos os governos de centro-esquerda que o antecederam – tenha sido iniciado na ditadura militar. Seria natural que, na transição para a democracia, o novo governo quisesse rechaçar todo o legado do regime do general Augusto Pinochet, um dos mais violentos da região. Os militares mataram 3.000 pessoas e torturaram outras 30.000. Deixaram, no entanto, o cerne do modelo que permitiu ao país encontrar uma fórmula de crescimento duradouro. "Os governos democráticos que assumiram a partir de 1990 mantiveram esse modelo, com alguns ajustes, porque era o que dava mais resultados", diz o economista Ricardo Núñez, do Centro de Estudos Públicos da Universidade do Chile, em Santiago. Explica Núñez : "Enquanto os governos militares do Brasil e da Argentina estatizaram suas economias e adotaram uma política comercial protecionista, a ditadura chilena iniciou privatizações e escancarou seu mercado para produtos externos". Costuma-se dizer que o êxito é a melhor maneira de criar consenso. As reformas feitas pela direita foram mantidas pela esquerda chilena porque deram certo. Dois outros fatores, no entanto, ajudam a explicar a escolha da centro-esquerda chilena em manter as reformas adotadas por Pinochet. O primeiro, e mais importante, foi o fato de que a maioria dos exilados políticos chilenos viveu no velho continente quando a esquerda européia descobria a democracia e concluía pela inutilidade de suas antigas teses econômicas centralistas e intervencionistas. Os comunistas chilenos voltaram do exílio influenciados por essa fórmula, adotada por governos como o do socialista Felipe González, da Espanha. A segunda razão para o consenso econômico chileno é o trauma do passado. O medo de repetir a radicalização que marcou o governo de Allende, no início da década de 70, e o de Pinochet, entre 1973 e 1990, ajudou a criar, na década de 90, um clima de moderação entre esquerda e direita. O maior beneficiado foi o povo chileno. Os outros povos da América Latina também podem se beneficiar. Basta se espelhar no exemplo chileno.



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