Resumo de Grafeno, um material mágico - Super Interessante nº160

O grafeno é uma nanoestrutura de carbono, com a espessura de um átomo. Um novo e prodigioso material, com propriedades extraordinárias.
É uma das estruturas mais simples que se possa imaginar. Um hectare de grafeno, pesa um grama.
Data de 1947, o primeiro estudo teórico sobre as potencialidades do grafeno, da autoria do Físico Philip Russel Wallace.
Em 2004, Andre Geim e Konstantin Novoselev, ambos de nacionalidade russa, mas cientistas a trabalhar na Universidade de Manchester, isolaram o grafeno, libertando-o de uma mina de lápis, utilizando muita paciência e fita-cola.
Por esta descoberta receberam o prémio Nobel da Física em 2010.
O grafeno apresenta uma camada bidimensional de átomos de carbono organizados em forma de hexágono, formando redes semelhantes aos favos de mel.
Possui características eléctricas, ópticas, mecânicas e térmicas sem igual.
Além disso é transparente, sendo necessário ser colocado sobre uma fina placa de óxido de silício para ser visível e segundo Tomás Palacios, é a substância mais resistente que se conhece, sendo mais forte que o aço.
Nuno Peres do Departamento de Física da Universidade do Minho, diz que pela sua resistência, flexibilidade, impermeabilidade, elevada condutividade eléctrica e por poder ser trabalhado a temperatura ambiente, será aplicado em monitores e ecrãs tácteis, computadores e telemóveis.
James Hone, engenheiro mecânico na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, através de vários ensaios , afirma que o grafeno é 200 vezes mais forte que o aço.
O Instituto Nacionalde Padrões e Tecnologia Norte-americano, demonstrou que duas folhas de grafeno são mais eficazes como condutoras de electricidade, assim como demonstrou que pequenas imperfeições devidas ao movimento dos átomos de carbono, aumentam a condutividade eléctrica, o que aplicado aos processadores os tornará mais rápidos que os actuais.
O grafeno tem a capacidade de se auto-refrigerar quando está muito quente, pelo que os dispositivos que venham a incorporar grafeno, vão necessitar de menos energia.
Todos os cientistas estão de acordo em dizer que o grafeno poderá transformar toda a indústria de transístores, os componentes básicos dos computadores.
A velocidade dos transístores é determinada pela velocidade dos electrões e no caso do grafeno os electrões deslocam-se cem vezes mais depressa do que no silício.
A INTEL, produz transístores de 32 nanómetros e no fim de 2011 vai lançar o modelo Ivy Bridge de 22 nanómetros.
De futuro com a aplicação de grafeno, os transístores poderão ter 5 a 6 nanómetros.
O grafeno pode ser instalado em qualquer superfície, sem perder propriedades, mesmo que se dobre ou enrole como folha de papel, com capacidade para absorver energia.
Em 2011 a NANOTEK, anunciou ter concebidoum supercondensador baseado em grafeno que armazena tanta energia como uma bateria de níquel-hidreto metálico e que pode ser carregada em segundos pelo que os dispositivos móveis como câmaras, computadores, telemóveis poderão ser abastecidos instantaneamente..
Nuno Peres trabalha desde 2005, com os físicos contemplados com o Nobel e afirma que o grafeno será aplicado em transístores que serão cada vez mais rápidos, em sensores que detectarão pequeníssimas moléculas de ar, em detectores de radiação, em detectores de materiais nos aeroportos, em aplicações bioquímicas, em medicina.
No futuro, o grafeno será utilizado em coisas que nem imaginamos e mais cedo ou mais tarde vai mudar por completo a nossa tecnologia.

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