A Inquilina - Crítica
(Carina Toledo)
Direção: Antti J. Jokinen
Roteiro: Antti Jokinen e Robert Orr
Elenco: Hilary Swank, Jeffrey Dean Morgan, Lee Pace, Christopher Lee, Aunjanue Ellis
Hilary Swank vive uma médica recém-separada do namorado. Em busca de um novo apartamento, ela finalmente o encontra em um prédio antigo no Brooklin, com vista incrível e precinho camarada. Mas logo o encanto com a nova casa se dissipa, dando espaço à percepção de que uma presença sinistra habita o lugar.
Apesar do final da história ser razoavelmente previsível, o roteiro se desenvolve de maneira interessante mostrando rapidamente a que veio. Sem gastar tempo explorando a tal presença misteriosa ou criando desnecessárias situações de susto, o filme se concentra em estabelecer logo a tensão entre a inquilina e o dono do prédio, vivido por Jeffrey Dean Morgan, o que dá ao filme uma cara de thriller psicológico.
Suspense bem construído, entre o voyeurismo e a obsessão, faz jus à herança de terror de sua produtora, a Hammer Films - cujos anos de glória foram entre 1950 e 1970 com filmes do Drácula, Frankenstein e outros clássicos de baixo orçamento - e agora surge renovada, bancando produções como Deixe-me Entrar.
Outro mérito do filme é a montagem, que soube combinar os momentos de narrativa linear e não-linear sem pesar a mão, especialmente a troca de perspectiva entre os dois personagens principais. Ter Guillermo Navarro, premiado com um Oscar por O Labirinto do Fauno, assinando a direção de fotografia também ajuda.
No entanto, ainda que tenha qualidades, o filme perde pela atuação de sua protagonista, a vítima com quem o espectador deve se identificar. Hilary Swank parece estar atuando no automático e não convence como a personagem certinha e meiga do começo da história. Nas cenas de maior intensidade, ela cresce, mas ainda bem longe dos papeis que marcaram sua carreira. O finlandês Antti Jokinen estréia como diretor de um longa depois de construir carreira nos videoclipes e não parece ter seu forte na direção de atores.
A Inquilina pode ser um bom filme para os frios na barriga de uma sexta-feira à noite, mas não espere surpresas.
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