Saber Comer
(Michael Pollan)
Para decidirem o que comer, as pessoas passam a dar ouvidos aos especialistas, nos mais variados géneros e formas, médicos, livros de dietas, artigos sobre as últimas descobertas das ciências de nutrição, conselhos das autoridades sanitárias, rodas alimentares ou inumeros beneficios para a saúde publicados nas embalagens. Podemos até nem seguir os conselhos desses especialistas, mas as suas vozes estão sempre conosco, quando saimos.Hoje em dia é mais fácil dizer que fazer, sobretudo tendo em conta que anualmente chegam ao supermecado 17 mil produtos, todos a competir pelo orçamento alimentar. Mas a maior parte desses produtos não tem direito a que lhe chamem comida. Trata-se de preparados altamente processados concebidos por cientistas alçimentares, à base sobretudo de ingredientes derivados do milho e da soja, que nenhuma pessoa normal tem na despensa e que contém aditivos quimicos a que o corpo humano só recentemente foi exposto.Os alimentos hoje em dia são processados especificamente para nos fazer comprar e comer mais, através da manipulação dos nossos alimentos evolucionários - a nossa preferência inata por doces, gordura e sal. Estes sabores são dificeis de comprar na natureza, mas fáceis e baratos de sintetizar pela tecnologia alimentar.Os rótulos enumeram os ingredientes pelo peso, qualquer produto em que o açucar seja o ingrediente principal tem açucar a mais. A coisa complica-se porque graças à tecnologia alimentar, utilizam-se atualmente uns quarenta tipos de açucares nos alimentos processados, entre os quais a maltose, o açucar de beterraba, o açucar de amido, o açucar de cana, o adoçante de milho, a celulose, a glocose, etc.
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