A Cidade e as Serras, segundo a Opinião do próprio autor, “é o texto sobre o qual podemos ler os julgamentos mais radicais e contraditórios”. Isto porque Eça de Queiróz tinha a intenção de propor nesse romance uma solução reacionária para Portugal ao elogiar a ruralidade, o atraso português face a uma realidade dos países mais desenvolvidos da Europa.
O protagonista da obra é Jacinto, um homem rico que decide deixar o campo para viver na cidade grande. Em sua nova residência, Jacinto busca integrar-se completamente ao novo mundo burguês, financista e indústrial por meio do culto à informação e as técnicas modernas. Depois de adquirir conhecimento sobre todas as novidades tecnológicas, o protagonista fracassa em seus objetivos.
Eça de Queiróz mostra, por meio do personagem Zé Fernandes, o valor de se viver longe do mundo burguês, tentando fazer com que Jacinto enxergue os horrores da poluição Gerada pelas cidades indústriais.
O desfecho da narrativa nos sugere, com a introdução do telefone –emblema da modernidade- no paraíso rural de Tomes, que não existe nessa novela uma proposta de recusa completa à civilização e aos seus produtos técnológicos, mas sim uma contra posição entre o “natural” e o “artifícial” e necessária absorção de um pelo outro.
A Cidade e as Serras pertence a fase pós realista do autor, marcada pela desilusão e o abandono aos ideais realistas.
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