Fazer amor after age
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Ainda há quem considere que sexo e
envelhecimento são uma combinação imprópria. Mas Gorjão Clara, médico
geriatra, desmistifica este tabu.
Até há alguns anos, o sexo constituía um tabu cultural, e sexo na
velhice era considerado impróprio, vergonhoso de abordar ou discutir,
carregado de sentimentos de culpa. Nós, médicos escassas vezes abordamos
este tema com os nossos doentes, por constrangimento nosso e deles.
(...)
O sexo no envelhecimento não é tão intenso, mas continua por toda a
vida. As relações sexuais são possíveis, mas diferentes. No homem, a
erecção é mais tardia e a turgescência peniana menor. O período entre as
relações alarga-se em relação ao jovem. Na fase de relaxação, a perda
de erecção é rápida e total. Ocasionalmente, pode falhar uma erecção,
como na juventude, mas agora a valorização deste facto sem importância é
sobrevalorizado e contribui negativamente para o desempenho sexual
futuro.
O desempenho sexual da mulher que envelhece é menos difícil. Ela não tem
erecção e as alterações físicas, na parte de excitação e planalto que
precede o orgasmo, são quase imperceptíveis para o seu parceiro. É menos
acentuada a turgescência dos mamilos, a vermelhidão da parte alta do
tórax do pescoço e da face é menos acentuada, os grandes lábios vaginais
e o clítoris aumentam menos de volume. A vagina não se dilata já tanto,
a lubrificação vaginal inicia-se mais tarde na fase do planalto da
excitação e é, muitas vezes, pouco eficaz. Neste caso, o coito pode ser
doloroso. A parede da vagina torna-se mais delgada e a mulher pode
sentir vontade de urinar durante o coito, por causa da pressão exercida
pelo pénis contra a bexiga. A terapêutica hormonal de substituição,
considerada caso a caso pelo médico, e a aplicação vaginal de um creme
com estrogéneos resolverá estas situações.
Também para o homem a envelhecer ou já idoso, existem hoje fármacos que
com aconselhamento médico podem resolver, com eficácia, o problema da
disfunção eréctil.
(...)
O contacto, as carícias, os beijos sem temores, sem angústias de
desempenho sexual, poderão mais facilmente conduzir a erecção
espontânea, do que acontecerá no jovem que se esforça desde o início do
período de excitação por consegui-la. Muitos jovens fixam-se mais na sua
capacidade de erecção, do que no prazer que deveriam procurar dar e
receber, e diminuem eles próprios a probabilidade de a conseguir. Quando
o idoso procura o prazer e o fortalecimento da ligação afectiva ao seu
cônjuge, a capacidade de erecção tem uma importância secundária. Outros
tipos de contacto e relacionamento sexual são tão apropriados para ter
prazer, dar prazer, e fortalecer a união do casal, como o coito, e, de
facto, este só é indispensável para a reprodução.
É necessário aceitar que o sexo não é mito e que saber usá-lo com
sabedoria, sem temores, é importante para envelhecer com qualidade.
Mais uma vez, o idoso não deve aceitar o parecer de que já não tem idade
para uma vida sexual, porque ela existe, necessariamente condicionada,
adaptada, mas normal!
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