A Tragédia da Rua das Flores
(Eça de Queirós)
Romance
póstumo de Eça de Queirós escrito entre 1877 e 1878, mas somente publicado em
1980 a0 cair em domínio público. Muitos
acreditam ser, nitidamente, uma versão mais realista de Os Maias. Esse realismo
encontra-se expresso tanto na crueza da linguagem, como no tom amargo e cético
contido nas entrelinhas do discurso. Segundo o próprio Eça “trata-se de um
incesto involuntário”.
Joaquina
da Ega (mais tarde, Genoveva), casada com Pedro da Ega, vivia em Lisboa. Mas,
logo após o nascimento do filho, abandona este e o marido para fugir com um espanhol.
Na Espanha, torna-se prostituta. O autor nos apresenta Genoveva como uma mercenária
que não hesita em prostituir-se com o objetivo único e simples de “explorar” um
pedante Dâmaso. A beleza loura de Genoveva tem algo de ave de rapina, acentuada
pelo perfil aquilino que o autor lhe confere. Trata-se de uma mulher dura,
profundamente egoísta, colérica e cínica, cujas atitudes não granjeiam a
simpatia do público, sobretudo na época em que foi escrito o romance (final do
século XIX).
Ocorre
que Pedro da Ega morre em Angola. Joaquina casa-se com M. de Molineux, um velho senador, com quem
vive em Paris. A queda de Napoleão Bonaparte e a morte do marido a trazem de
volta a Portugal.
Em
Lisboa, instala-se na Rua das Flores. Logo se envolve com Dâmaso de Mavião, a
quem irá explorar sem piedade. No entanto, apaixona-se por Vítor, um jovem de
23 anos, bacharel em Direito. Quando faz 40 anos repele Dâmaso, planejando
voltar para Paris com Vítor. O tio de Vítor, Timóteo, o único detentor da
trágica verdade, tenta acabar com a relação dos dois. Decide, então, contar
toda a verdade a Genoveva.
Ao
saber que era amante do próprio filho, Genoveva atira-se da varanda de sua
casa, na presença de Vítor, que nunca chegaria a entender tal atitude nem saber
a verdade.
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