Deficiência FUNCIONAL DA HIPÓFISE
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A DEFICIÊNCIA FUNCIONAL DA HIPÓFISE
A hipófise governa a maioria
dos processos biológicos. Seu mau funcionamento causa distúrbios que variam
conforme a idade do paciente.
A hipófise ou pituitária é uma glândula formada por duas partes diferentes: os
lobos anterior e posterior.
O primeiro, de origem epitelial,
apresenta estrutura tipicamente glandular; tanto que recebe o nome de
adenoipófise (aden, glândula).
Forma-se, na vida intra-uterina, de uma "dobra" da
primitiva cavidade bucal, donde se explica a existência dessa "ilha "
de tecido epitelial na caixa craniana.
Já o lobo posterior
(neuroipófise), menor que o anterior, é constituído de tecido nervoso.
Forma-se no embrião, a partir do sistema nervoso central.
OS SETE HORMÔNIOS - O lobo posterior da hipófise produz a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). A primeira estimula as contrações
uterinas durante o parto; o ADH
favorece a reabsorção de liquido pelos rins.
A adenoipófise produz sete
harmônios principais, ligados, sobretudo, ao funcionamento da tireóide, das
supra-renais e das glândulas sexuais. Regula igualmente o crescimento corpóreo
— dai o motivo pelo qual a diminuição de sua capacidade funcional constitui
causa de importantes modificações orgânicas.
As consequências do funcionamento
deficiente da hipófise diferem
conforme a idade do paciente, Nos jovens atingidos pelo hipopituitarismo
(diminuição da funcionalidade normal da hipófise),
a puberdade não se manifesta, devido à falta de hormônio gonadotrófico
(hormônio segregado pela hipófise
que age sobre as gônadas). Não havendo estímulo para a maturação dos testículos
ou ovários, não se desenvolvem as cara erísticas sexuais secundárias. O
crescimento corporal tem duração mais longa que o normal, de modo que braços e
pernas crescem desproporcionalmente.
SINTOMAS — No adulto, as manifestações apresentam se mais variadas do que no
caso de jovens e dependem do grau do hipopituitarismo. Os sintomas severos
aparecem quando se verifica deficiência quase total da hipófise.
Até que sejam destruídos três
quartos do lobo anterior, costumam surgir apenas manifestações ao nível das
gônadas. No homem, perda da libido e atrofia dos testículos. Na mulher, parada
das menstruações (amenorréia) e atrofia da mucosa vaginal. Os pêlos pubianos e
axilares podem cair. Às vezes seguem-se deficiências da tireóide e das
supra-renais. Os sintomas principais são a diminuição do metabolismo,
constipação intestinal, palidez, aliados a uma fleugma típica do paciente.
Felizmente, esses casos têm cura
relativamente fácil. A administração de hormônios tireoidianos, esteróides (das
supra-renais) e sexuais possibilita aos pacientes desfrutar vida normal.
Com a destruição progressiva da
adenoipófise, vão aparecendo sintomas graves de deficiência secundária da tireóide
e das supra-renais: fadiga fácil, perda de apetite, emagrecimento acentuado, intolerância
ao frio.
ATROFIA DAS GÔNADAS - Muitas causas podem levar á destruição da hipófise, uma delas é a necrose
pós-parto. Provocada por alterações do suprimento sanguíneo da glândula, às
vezes chega a destruir 70% dela. Outras causas são tumores, certos tipos de
infecções e a hipofisectomia (retirada cirúrgica da hipófise) em virtude de câncer, por exemplo.
Qualquer que seja a causa, uma
constante no caso de severas lesões da hipófise
é a atrofia das gônadas, seguida pela regressão dos caracteres sexuais secundários.
Os ovários tornam se pequenos e fibrosos. O útero e os seios diminuem de
tamanho. No homem, atrofiam-se os testículos e o pênis.
A tireóide regride, o mesmo
fenômeno ocorrendo com as glândulas supra-renais. As vísceras (coração, fígado, rins, etc.) tornam-se
menores e a musculatura do corpo perde a disposição normal. Suas funções,
consequentemente, ficam prejudicadas. É comum que surja, além disso, uma
palidez desproporcional à intensidade da anemia que se estabelece no organismo.
DESNUTRIÇÃO — O profundo desejo de não engordar, muito comum na adolescência,
pode levar a uma aversão pelo ato de comer, e, aos poucos, o organismo se
ressente da falta de alimentação adequada. Apesar da ausência de qualquer
enfermidade orgânica, estabelecem-se sintomas que se caracterizam por profunda
inanição e por ausência de menstruação (amenorréia). Essa síndrome recebe o
nome de anorexia nervosa.
Geralmente este estado reflete
conflitos psicológicos, como a profunda incompatibilidade com o meio que cerca
o paciente. Pode existir um desejo anormal de ser magro ou ainda o temor infundado
de possíveis distúrbios gastrintestinais, que são atribuídos à ingestão de alimentos.
A recusa de se alimentar leva a
uma fraqueza acentuada, magreza e queda de vitalidade. O paciente permanece num
continuo estado de tensão nervosa, não conseguindo mais relaxar-se para descansar.
A pressão arterial e a temperatura corpórea diminuem. Em virtude dessas
consequências metabólicas da má nutrição, a doença já foi considerada como
manifestação grave de deficiência hipofisária. Mas a única função hipofisária
realmente afetada é a produção e liberação do hormônio gonadotrófico. A função
tireoidiana também pode apresentar-se ligeiramente diminuída.
Ao tratamento psiquiátrico da
anorexia nervosa aliam-se às vezes outras medidas terapêuticas, como
administração de soro e vitaminas. O objetivo é mudar o perfil psicológico do
paciente, levando-o a aceitar como normal a ingestão de alimentos.
Esquema das diversas causas e
consequências da diminuição da funcionalidade da hipófise (hipopituitarismo). Reduzindo-se seu ritmo de trabalho
diminui a atividade das glândulas que são estimuladas por ela.
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