Contos de aprendiz
(Carlos Drummond de Andrade)
Contos de aprendizCarlos Drummond de Andrade Contos de aprendiz foi publicado em 1951 quando Drummond já tinha quase cinqüenta anos de idade. O livro como que trabalha com lembranças, parecendo tomar às vezes, aparência de um volume de memórias.Historia de desafios entre meninos que, como em “A Salvação da Alma”, emprestam uma aparência comum aos problemas metafísicos, com o amor fraterno que termina sempre em brigas; e de fato é isso: luta entre dois mundos.Em “O Sorvete” são ideais sintetizados na doçura da sobremesa, um sorvete de abacaxi por exemplo, atestando que, por vezes, as coisas mais complexas estão guardadas nas mais banais.“A Doida”, conta uma historia sobre o desconhecido e temores, quando aquele que parece estranho e ameaçador, na verdade continha doçura e fraqueza. Em “Beira Rio”, o poeta trata do crescimento, antecipando utilmente, à entrada da era JK, um novo tempo para o Brasil.Historia de fantasmas: “Flor, telefone, moça”, com características do modernismo, com final surpreendente, mas decepcionante... “ Não, não é o vento. Sou agora um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando.”“A Baronesa” fala de decadência...“O Gerente” expõe os segredos guardados dentro dos “homens chamados normais”, onde, à moda de Eça, a normalidade mostra “os dentes.”Estes “Contos de aprendiz” são um conceito largo e não ortodoxo de poesia, mas em textos delicados e de aparência despretensiosa e forte, onde a poesia fica escondida.
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