Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas 
(Rubens Garavello Machado)
  
Neste livro, escrito pelo rabino Harold S. Kusher, ele nos conta que chegou à
 conclusão de que a crença na onipotência de Deus é cruel e ilusória. A partir
 daí propõe uma abordagem diferente, e até certo ponto revolucionária. Não são
 os atos de Deus, que causam dor e sofrimento ao homem, e sim uma “aleatoridade”
 do universo. Conclui que não podemos entender ou responder a pergunta do titulo.
 
 Nesta
 obra o autor informa ser ele um rabino, morando na cidade de Boston e ter sido
 abatido por um violento acontecimento. Seu filho, ao completar três anos de
 idade, foi diagnosticado como portador de uma patologia que não permitiria que
 a criança se desenvolvesse e certamente morreria no início da adolescência. Mergulhado
 neste sofrimento, começou a gestar este livro para ajudar as pessoas que,como
 ele, passam por um sofrimento semelhante. 
 
 Ao
 longo de sete capítulos tenta responder questões como: porquê os justos sofrem?
 Muitas pessoas tentam explicar este fato invocando um sentimento de culpa por
 não terem feito isto ou aquilo. Desta forma acham na culpa a explicação para os
 males que as acometem.  Este é o
 pensamento mágico que atribui a Deus uma qualidade de juiz justo, que castiga o
 pecador. No entanto como explicar que criancinhas morram ao caírem de uma
 janela? Seguindo os exemplos bíblicos, o autor, lembra o episódio de Jó que é
 um longo poema filosófico questionando o porquê de coisas ruins acontecerem às
 pessoas boas. 
 
 A
 grande mensagem do livro é entendermos que coisas ruins acontecem mesmo independentemente
 da vontade de Deus. E a grande pergunta não é “Deus porque fazes isto comigo” e
 sim “Deus vê o que esta acontecendo comigo. Podes me ajudar?” Recorremos a Deus
 em busca de fortalecimento. Na realidade é muito difícil mudar esta maneira de
 pensar, pois fomos ensinados a crer em um Deus onisciente e onipotente. É
 importante aceitarmos que existem muitas coisas que fogem ao controle de Deus.
 Devemos admitir que nem sempre existe uma razão e aceitar a idéia da ocorrência
 de fatos sem qualquer razão. Não existe uma explicação racional para um
 terremoto ou uma enchente. Deus não interfere nas leis da natureza. Um terremoto
 não é um ato Dele. Ato de Deus é a coragem das pessoas na reconstrução de suas
 vidas. A dor é o preço que pagamos por estarmos vivos. Não existe resposta
 satisfatória para os nossos males. Por sermos criados livres temos a
 possibilidade de cometer atos maus e com isso ferir nossos semelhantes. Deus não
 tem nada a ver com isso. 
 
 Deus
 ajuda aos que param de castigar-se. Uma das piores coisas que acontece a quem
 foi ferido pela vida, é a tendência a aumentar as proporções do mal recebido, ferindo-se
 a si próprio uma segunda vez. Muitas vezes a pergunta “Por que Deus fez isso
 comigo?” Não é realmente uma pergunta, mas sim um grito de dor. Muitas vezes ao
 tentar consolar alguém usamos frases tipo: “foi melhor assim!” Ou podia ser
 pior! Isso é negativo. Na realidade o que a pessoa que sofre necessita é de simpatia
 mais do que de conselhos. Necessita é de compaixão.  É melhor se dizer: “Tá certo aconteceu, é
 terrível e não faz sentido.”  
 
 Uma
 lenda antiga chinesa relata que uma mãe que teve seu único filho morto, se
 aproximou do mestre e disse “de que orações ou encantamentos dispões para trazer
 o meu filho de volta a vida?” o mestre em vez de mandá-la embora disse “
 traze-me um grão de mostarda de um lar que jamais conheceu a tristeza. Nós
 usaremos para expulsar a tristeza de tua vida” A mulher em sua busca
 envolveu-se tanto em amenizar a dor das outras pessoas que esqueceu de buscar a
 semente mágica e não percebeu que acabara de expulsar a  própria tristeza.
 
 Deus
 não pode fazer tudo, mas faz coisas muito importantes. Orar pela saúde de uma
 pessoa, pelo resultado favorável de uma operação tem implicações que só podem
 preocupar a alguém que pensa. Se as orações funcionassem como muitas pessoas acham
 ninguém morreria. É importante saber que a oração não pode mudar a natureza. O
 que a oração pode fazer e ela faz, é nos colocar em contato com as outras
 pessoas, pessoas que partilham dos mesmos interesses e valores que nós. A
 oração faz com que não nos sintamos sós.  Devemos rezar não por milagres, mas por
 coragem, por fortaleza para suportar o insuportável. Para que serve então a
 religião? O autor reconhece que crê em Deus, mas depois do sofrimento que
 passou mudou sua maneira de pensar a respeito Dele. Começou acreditar que Ele é
 limitado sobre as leis da natureza. Certamente, Deus odeia o sofrimento, mas
 não pode eliminá-lo. Deus não é cruel, não causa desgraças. As coisas que nos
 afligem não são punições por nosso mau comportamento.
 
 Para
 que então, serve Deus? Quem precisa de religião? Nós precisamos de Deus porque
 é Ele que nos dá forças para suportarmos as tragédias. Podemos carregar
 qualquer fardo, desde que pensemos que há um sentido para isso. Não devemos nos
 perguntar o porquê isso me aconteceu e sim, já que aconteceu, que vou fazer?
 
 Portanto,
 a resposta à pergunta do porquê as coisas ruins acontecem às pessoas boas é
 aceitar que o mundo não é perfeito. É aceitar com amor um mundo imperfeito. A
 capacidade de amar e perdoar são as armas que Deus nos deu para aceitar isso. 
 
  
 
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