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Balada da Praia dos Cães
(José Cardoso Pires)

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Escrita
no período pós-revolução, esta obra situa a ação no princípio dos anos 60,
retratando alguns aspectos da sociedade portuguesa em plena época da ditadura
salazarista.

O
romance relata a investigação de um assassinato. O cenário é o Portugal do
início dos anos 60, período crucial para o regime fascista, já que o país tinha
acabado de perder os seus territórios na Índia e a revolta armada nas colônias
Africanas tinha começado a espocar.

O
livro tem dois enredos, um que descreve o inquérito e outro, construído através
da investigação do crime. O protagonista da primeira história é Elias Santana,
um chefe da Polícia Judiciária encarregado de encontrar os responsáveis pelo assassinato
do Major Dantas Castro. O Major, encarcerado por 'tentativa de sedição
militar', tinha-se evadido do forte militar com a ajuda de três cúmplices. Já
fora da prisão fugiram para uma casa escondida cerca de vinte quilômetros de
Lisboa alcunhada de 'Casa da Vereda'. Três meses após a fuga o Major foi
assassinado pelos seus cúmplices: Mena, uma jovem mulher com quem o Major tinha
uma violenta e obsessiva relação antes da sua prisão, o arquiteto Fontenova e o
cabo Barroca, um guarda do campo a cumprir o seu serviço militar.

O
Major vê Mena como uma prova do seu machismo, o intelectual sensível Fontenova
com desprezo e o camponês Barroca como o
seu servo. Os quatro estão ali escondidos à espera de um sinal do advogado Gama
e Sá, o seu contato na resistência que, ao que parece, quer distanciar-se do
Major. O leitor assiste aos acontecimentos na casa através das descrições
feitas por Mena no seu depoimento a Elias Santana. Na sua detenção e nos métodos
empregados por Covas para interrogá-la são descritos os procedimentos da
polícia da época.

O
inquérito de Elias Santana visa elucidar a segunda história, como compete a um
agente da polícia judiciária. Contudo, a sua investigação revela muito além dos
simples acontecimentos do caso, que são averiguados. Acompanhando a sua
atuação, se vê um país onde a verdade, ou a história, é somente a versão do
sucedido que mais serve ao poder, imposto à população. Ao acompanhar Elias nas
suas investigações o leitor mergulha também em sua vida, esvaziada e cinzenta, com
somente um lagarto por companhia. Através das suas peregrinações pela Lisboa acanhada dos anos do fascismo, e
as suas entrevistas com suspeitas e testemunhas acerca do caso, temos uma visão
polifônica da sociedade contemporânea.

O
livro alerta o leitor continuamente do fato que uma ficção, possível e
plausível muitas vezes está sendo escrita. Isto permite que o livro seja catalogado
como "metaficção histórica".



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