Memorial do Convento
(José Saramago)
A história
se passa no início do século XVIII, durante o reinado de D. João V e da
Inquisição. Este rei absolutista, graças à grande quantidade de ouro e de
diamantes vindos do Brasil Colônia, mandou construir o Palácio Nacional de
Mafra, mais conhecido por convento, como pagamento de uma promessa que fez para
que sua mulher engravidasse.
Em
uma íntima relação entre a narração ficcional e a histórica, o romance critica
a exploração dos pobres pelos ricos e a corrupção pertencente à natureza humana
- com especial enfoque na corrupção religiosa. Revela igualmente o tema do
solitário que luta contra a autoridade.
Nesta
obra, Saramago retrata a personalidade do rei D. João V e narra também a vida
de vários operários anônimos que contribuíram na construção do Convento de
Mafra.
A
construção do convento exige esforços colossais e causa muitas vítimas. Um dos
eventos mais penosos foi o transporte, da vila de Pêro Pinheiro até a vila de
Mafra , de uma imensa pedra, destinada a ser a laje de uma varanda sobre o pórtico
da igreja. Seiscentos homens e um grande número de bois foram utilizados na
empreitada, que durou oito dias, durante os quais não faltaram acidentes
fatais. Um dos casos mais dramáticos foi o do trabalhador Francisco Marques,
que acabou esmagado sob uma roda de um carro de bois.
Entre
os operários estava Baltasar, e o romance foca, entre outras coisas, o seu
grande amor por Blimunda, mulher dotada do estranho poder de ver o interior das
pessoas. Os dois conhecem um padre, Bartolomeu de Gusmão, que entrou para a
história como pioneiro da aviação. O trio inicia a construção de um aparelho
voador, a Passarola, que sobe em direção ao Sol, sendo que este atrai as
vontades, que estão presas dentro da Passarola. Blimunda, ao ver o interior das
pessoas, recolhe as suas vontades, descritas pelo autor como nuvens abertas ou
nuvens fechadas.
Após
um dos voos da passarola, Bartolomeu foge para a Espanha, perseguido pela
Inquisição. Blimunda e Baltasar tratam de esconder e fazer a manutenção à
passarola, que estava dissimulada por arbustos em Monte Junto. Um dia, Baltasar
ficou preso à passarola, enquanto fazia a sua manutenção, e os cabos que a
impediam de se elevar nos céus rebentaram, levando-o pelos ares.
Blimunda
chega ao Monte e procura pelo homem em todos os lugares, sem entender como tudo
se passou. Continua a procurar Baltasar durante nove anos, perambulando por
todas as partes do país. Sua jornada termina em Lisboa, em situação semelhante
àquela em que conhecera Baltasar. Em 1739, em um auto-de-fé na praça do
Rossio, onze vítimas encontram-se a caminho da fogueira e, entre eles, estava Baltasar,
cujo vulto Blimunda vê. Quando Baltasar está para morrer, sua
"vontade" se desprende e é finalmente recolhida dentro do peito de
sua amada Blimunda.
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